Sisu 2023: Oito erros mais comuns na hora de usar o Enem para tentar vaga na universidade

As inscrições no Sistema de Seleção Unificada começam nesta quinta, 16; ficar atento ao modo de funcionamento da plataforma e estar aberto a diferentes possibilidades é essencial, dizem especialistas

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Por Stéphanie Araujo
Atualização:

Desta quinta-feira, 16, até o dia 24 de fevereiro, os estudantes brasileiros deverão estar atentos às inscrições do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), caso desejem entrar em uma instituição pública de ensino. O processo permite que o aluno, por meio das notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), se inscreva em faculdades e institutos federais, estaduais ou municipais de todo o País e concorra a vagas do ensino superior. Para se inscrever, os estudantes interessados devem acessar o Portal Acesso Único, do Ministério da Educação.

Durante esse processo de simulações da nota no sistema e espera pelos resultados finais, alguns erros comuns são cometidos pelos concorrentes. O Estadão conversou com alguns especialistas sobre questões para se estar atento nesta etapa e evitar que o sonho se distancie. Confira os erros mais comuns cometidos pelos estudantes e o que fazer para evitá-los:

Não entender como a plataforma funciona

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Para Madson Molina, professor e coordenador do curso Anglo em São Paulo, um dos erros mais comuns dos vestibulandos é não conhecerem a maneira como o sistema e site do Sisu realizam a contabilização das notas.

O coordenador explica que a elegibilidade no processo depende do resultado no Enem, ou seja, a nota das cinco áreas – ciências da natureza, matemática, linguagens, ciências humanas e redação. Logo, todas elas serão consideradas com pesos diferentes a depender do curso e instituição da escolha do candidato. “Isso faz com que o estudante, a depender da sua nota TRI, seja mais competitivo em determinada vaga em uma instituição do que em outras”, afirma Molina.

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Alunos aguardam abertura dos portões para a realização do Enem, em São Paulo Foto: Taba Benedicto/Estadão

Por isso, o diretor do Cursinho Popular Poli USP, Vinicius Castanho, aconselha que se mexa o máximo possível no site durante os dias de inscrição, testando em outros cursos, outras universidades, mesmo que não seja a pretensão, para entender as notas.

“Se ele quer um curso mais baseado em exatas, é importante ele saber se a vaga que ele está buscando põe um peso maior em exatas ou em redação, porque isso influencia muito na nota no fim das contas”, diz Castanho, salientando que isso também faz parte do processo importante de conhecer e saber para qual instituição está se candidatando e o que ela prioriza.

Não fazer simulações com as notas antes e durante as inscrições

Grupos de compilados de notas de aprovados dos anos anteriores, simulações de notas de alunos que passaram, pesquisa prévia em sites simuladores: essas são algumas das dicas do professor Madson Molina para entender como são calculadas as notas antes do processo. Ele vê como essencial entender como a nota do estudante se dá em diferentes cursos e instituições, avaliando probabilidades, seja antes ou durante as inscrições.

“No primeiro dia pode ter um resultado, no terceiro dia pode ser outro totalmente diferente, porque é muita gente, o site fica sobrecarregado. Tenham essa certeza nas opções e uma vez que tenham estabelecido, ficar de olho nessas oscilações e se basear nos anos anteriores também”, afirma ainda Castanho, que acredita na simulação como uma forma de se entender o possível resultado final, mas não como algo determinante.

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Não pensar em outras possibilidades, um plano b

Ter a mente aberta para um plano “B” também se faz necessário. Para Molina, é preciso pensar nas diferentes “elasticidades”, seja em relação a outras opções de curso ou localidade. Como as notas de corte e pontuações mudam conforme cursos e instituições, é possível que mesmo não tendo nota suficiente para a primeira opção no lugar desejado, pode haver chance para fazer o mesmo curso em outra cidade ou Estado, ou outro curso relativo na mesma instituição.

“Abra as possibilidades de outras opções de curso, caso sua nota não dê ou pense em locais diferentes. Como o Sisu é nacional, isso é possível. Converse com a família sobre a possibilidade de estudar em outros locais”, afirma Molina, que explica a necessidade de fazer isso antes mesmo do início das inscrições.

A segunda opção pode te eliminar da lista de espera da primeira

Para Castanho, não escolher estrategicamente a segunda opção de curso pode acabar fazendo com que o vestibulando perca sua oportunidade e passe em uma área que não goste, sem possibilidade de ainda concorrer à primeira escolha. “Uma vez que ele foi aprovado, ele já está fora das listas de espera da outra opção”, diz.

Por isso, ele ainda salienta que é importante ter em mente de forma bem definida suas opções de interesse e não colocar como opção um curso que não deseje. “Na segunda opção, siga o seu desejo. Não pense na possibilidade de entrar, pense em desejos”, afirma.

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O professor avalia que é possível verificar se existem condições de entrar conforme variação e oscilações das notas no decorrer do Sisu. Mas é preciso ter certeza das suas opções e ficar de olho ao longo do processo, sendo estratégico com as suas vontades, para não fazer algo que não queira, ou perder uma possível vaga da fila de espera.

A lista de espera do Sisu ocorre na plataforma de cada instituição e não no site do Sisu

Um problema apontando por Molina, que afirma ser comum ocorrer, é os estudantes tentarem verificar os resultados da lista de espera pelo próprio site do Sisu. No entanto, o andamento da lista de espera se dá em cada uma das instituições de ensino por conta própria.

Por isso, ficar atento ao site da universidade escolhida é preciso para não perder os resultados e até mesmo datas de matrículas ou confirmações de vagas. Cada instituição define o seu calendário e formato nessa etapa, então procurar se informar nas plataformas de comunicação das faculdades é importante.

Não estar atento ao calendário do Sisu e esquecer a burocracia

Não perder as principais datas é essencial. Apesar de parecer óbvio, é necessário relembrar. Dos dias de início e fim de inscrições, datas dos resultados, dias e horários para as filas de esperas e divulgação das listas, até as datas de matrícula, tudo precisa ser verificado com antecedência e anotado para não perder a oportunidade alcançada.

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“Até qual a documentação é necessária, esse tipo de coisa que é mais burocrática os alunos acabam se perdendo, às vezes, pela falta de costume de lidar com uma carga grande de documentos”, afirma Vinicius Castanho.

Não ter paciência

O site do Sisu, em momentos como o primeiro dia de inscrições, costuma oscilar ou ficar lento com frequência por conta da alta demanda, mas é preciso ter paciência. “Você não perde a vaga por conta da plataforma”, diz Castanho.

Esperar carregar, atualizar a página, aguardar algumas horas talvez será necessário, mas, para o professor, a garantia da matrícula existe desde que haja persistência.

Se comparar ou assumir como resultado final o que você visualiza no primeiro acesso

Como esperado, o processo é muito angustiante e causa muita ansiedade, principalmente nos primeiros dias de simulações, o que faz com que muitos estudantes fiquem sem esperanças já de primeira, mas é necessário calma para o resultado final.

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“Quando ele entra, se depara com notas absurdas ou notas fora da realidade dele. Lembre que o mais difícil passou sim, que era fazer e se preparar para as provas, mas vocês ainda estão dentro da jornada de um pré-vestibulando. Faz parte das cobranças e do ingresso passar por esse momento, que é tanto um estresse operacional, do site, quanto emocional, de tomar a decisão que é sempre uma angústia”, afirma Castanho.