Em meio ao aumento no número de ataques e supostas ameaças, o Estado de São Paulo vai aumentar o policiamento nos próximos dias nas escolas e contratar 550 psicólogos. As medidas serão anunciadas nesta quinta-feira, 13, pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). “Parte gigantesca das notícias são falsas, boatos, crenças. E a polícia está olhando para isso”, disse o secretário estadual de Educação, Renato Feder, ao Estadão. “Não existe possibilidade de suspensão de aulas.”
A rede estadual passará a ter, a partir de junho, um psicólogo para um grupo de 10 escolas, o que, segundo Feder, permite que todas elas tenham, no mínimo, um atendimento semanal do profissional. Não há serviço do tipo nas escolas; um programa de terapia online foi suspenso em fevereiro pelo governo.
”Precisamos aumentar a rede de proteção, o acolhimento, melhorar o atendimento à saúde mental”, diz. Pesquisa realizada pela secretaria com 25 mil docentes da rede, na última semana, mostrou os psicólogos como a maior demanda dos professores.
O governo pretende ainda reforçar a ronda escolar que atende as escolas públicas, mas ainda não deu detalhes de como isso será executado. Segundo o Estadão apurou, está sendo estudada a possibilidade de se usar policiais de folga, aos moldes da operação delegada, para atender escolas em situação de emergência. Hoje, cada ronda é responsável por um grupo de escolas em todo o Estado. Feder também afirmou que serão contratados mil seguranças não armados para as escolas mais vulneráveis.
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Segundo o governo, os investimentos para “ampliar a segurança da comunidade escolar” serão de R$ 240 milhões. O governador fará o anúncio na Escola Estadual Thomazia Montoro, onde no fim de março um adolescente de 13 anos matou uma professora a facadas.
Desde então, e após um ataque a uma creche em Blumenau, em que quatro crianças morreram, aumentaram os ataques a escolas do País e supostas ameaças de mais atentados.
“O pânico da rede social é devastador, mas ele não representa o que está acontecendo de verdade na escola”, diz Feder. “Oriento as pessoas não repassar notícias falsas, fofocas, algo que alguém ouviu.” Ele também deixou claro que não há plano de suspender aulas nos próximos dias no Estado, como algumas mensagens em redes sociais afirmaram.
Segundo Feder, o Estado também vai formar 5 mil professores para atuar na convivência das escolas. Trata-se da ampliação de um programa, em que um docente, geralmente das áreas de ciências humanas ou de educação física, tem a função de conversar com alunos, identificar questões de saúde mental e encaminhar casos para um tratamento profissional.
Também há previsão de melhorar o aplicativo usado pelas escolas para informar ocorrências, e integrá-lo a serviços de saúde e ao conselho tutelar. “Se o aluno estiver com depressão e precisar de psiquiatra, a UBS vai ter acesso ao aplicativo e a escola vai depois cobrar, saber se foi feita a consulta.”
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