SÃO PAULO - Em crise econômica, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) bateu “recorde” e já compromete mais de 100% de seu orçamento só com o pagamento de salários em fevereiro deste ano. De acordo com o balanço divulgado pela Assessoria de Economia e Planejamento da reitoria, o comprometimento acumulado foi de 101,91% do orçamento.
Desde 2011, essa é a segunda vez que os salários ultrapassam a arrecadação mensal da universidade - a última havia ocorrido em fevereiro de 2014, mas com porcentual menor: 100,31%. Isso significa que a liberação financeira do Estado à Unicamp foi de R$ 158,6 milhões em fevereiro, mas os salários acumularam gasto de R$ 166,7 milhões.
Situação semelhante já é enfrentada pelas outras universidades estaduais, USP e Unesp, que gastaram, respectivamente, 104,7% e 98,07% de seus orçamentos com a folha.
As instituições têm como recurso principal uma cota de 9,57% da arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que tem diminuído no Estado em função da crise econômica. As universidades já pediram aumento da cota de ICMS para 9,907%, mas a solicitação não foi atendida pelo governo estadual.
Em nota, a Unicamp informou que a arrecadação de ICMS é sazonal, e em fevereiro geralmente se arrecada menos, em razão de feriados e menos dias úteis e, por isso, a folha de pagamentos ultrapassou o orçamento mensal.
“Os valores de folha de fevereiro são menores que os valores de janeiro. O aumento de comprometimento se deve à questão da receita de fevereiro”, disse, complementando que isso deve ser “minimizado” com picos de arrecadação nos próximos meses.
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