SÃO PAULO - O atual vice-reitor da Universidade de São Paulo (USP), Vahan Agopyan, lidera a lista tríplice para novo reitor da instituição. Ele teve 1.092 votos, de um total de 1.949 votantes, seguido pela diretora da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), Maria Arminda do Nascimento Arruda, e do professor da Poli e ex-diretor da Petrobrás Ildo Luís Sauer. A votação foi realizada nesta segunda-feira, 30, na universidade.
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Com o resultado, forma-se uma lista tríplice, que será enviada ao governador Geraldo Alckmin (PSDB), a quem cabe a palavra final. O novo reitor assume em 25 de janeiro, mas não há prazo para que Alckmin anuncia sua decisão.
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Pela primeira vez a votação e a apuração foram realizadas pela internet. Houve adesão em massa ao novo modelo e os 13 pontos físicos tiveram pouca visitação, segundo informou a universidade.
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Quem for escolhido terá como um de seus principais desafios gerir a maior instituição de ensino do País em meio a sua pior crise financeira. Conforme mostrou o Estado neste mês, o fundo de reserva da USP representa hoje apenas 5% do valor de dez anos atrás - R$ 97,5 milhões, o mais baixo da história da instituição. Só a folha de pagamento mensal da universidade é de R$ 380 milhões. O novo mandato será de 2018 a 2022.
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Nem toda a USP tem direito a voto. É formada uma assembleia eleitoral, com 2.062 membros, composta por representantes de conselhos da instituição. A maioria (84%) é professor, 10% são alunos e 6% são servidores técnico-administrativos. . Antes da votação oficial, a reitoria abriu uma consulta pública disponível a todos os membros da comunidade uspiana na semana passada. Esse resultado, porém, não interfere na eleição oficial.
A vencedora foi Maria Arminda do Nascimento Arruda, com 3.749 votos - de 9 mil participantes. Em segundo lugar, ficou Ildo Luís Sauer (2.353 votos). Ambos fazem oposição à atual gestão. Agopyan, apareceu com 2.138 votos. Ricardo Terra ficou em último, com 439 votos.
A última vez em que o governador não seguiu o primeiro da lista tríplice foi em 2008. Na época, José Serra (PSDB) decidiu nomear João Grandino Rodas, 2.º na disputa, no lugar do cientista Glaucius Oliva, que havia vencido a disputa interna.
Diálogo
Na opinião do ex-ministro da Educação e professor titular da USP, Renato Janine Ribeiro, um dos principais desafios de quem vencer está ligado ao orçamento. “(O atual reitor) Zago é uma pessoa de muita competência, mas pegou uma fase que tinha uma crise orçamentária que já vinha de antes”, avalia.
“Outro problema é a questão do teto salarial, que torna a carreira do professor da USP pouco competitiva. Um titular pode ganhar menos que o titular de uma universidade federal, mesmo que tenha sido o orientador dele”, destaca.
De acordo com a constituição paulista, o professor da USP não pode receber salário mais alto do que o do governador do Estado (R$ 21,6 mil). No caso das instituições federais de ensino superior, o limite é de 90% da remuneração de um ministro do Supremo Tribunal Federal (R$ 33,7 mil). O aumento do teto é reivindicação antiga dos docentes das universidades paulistas.
Janine Ribeiro aponta ainda a necessidade de se “recuperar o clima de diálogo” na universidade. “Com todo respeito que tenho ao Zago - apoiei a candidatura dele -, ele entrou em uma linha de choque muito grande com muitos setores da universidade. Isso acabou deixando a USP conflituosa”, acrescenta o ex-ministro.
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