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Pesquisa Quaest divulgada ontem sobre as intenções de voto à Prefeitura de São Paulo indica um empate triplo entre o prefeito Ricardo Nunes (MDB), o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) e o empresário e influenciador Pablo Marçal (PRTB). Nunes tem 24%, Marçal, 23%, e Boulos, 21%, no cenário estimulado – quando os nomes dos candidatos são apresentados aos entrevistados. Como a margem de erro é de três pontos porcentuais, eles estão em empate técnico. "Havia muitas dúvidas sobre o poder das propagandas de TV e Rádio nas campanhas. Nunes, tem um grande 'latifundio' e é seu trunfo. Marçal teria como compensar via redes sociais, mas perdeu o X. Esta pesquisa é muito boa para o prefeito de São Paulo, mas muito ruim para Boulos, que vinha liderando. A esta altura, não está mais descartada a hipótese de direita versus direita na eleição. Lula vai arregaçar as mangas e trabalhar pelo candidato do PSOL; já o Bolsonaro, está saindo de campo, porque Nunes tem a caneta, o tempo de propaganda e o apoio do governador Tarcisio de Freitas", analisa Cantanhêde.
A economia brasileira colheu um bom crescimento no ano passado, mas deu sinais de desaceleração no quarto trimestre. Em 2024, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 3,4%, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira, 7. No quarto trimestre, a economia brasileira avançou 0,2% na comparação com os três meses anteriores, num claro sinal de perda de fôlego. No período de julho a setembro, o País cresceu 0,7%. "Olhando o panorama de 2024, que foi um ano muito atribulado, o PIB pode ser considerado muito bom. A previsão era muito aquém do resultado; houve um final feliz do que era muito ruim. Aconteceu uma inversão tradicional. Nos anos de recessão do governo Dilma, a queda na Indústria era o que abalava o PIB e quem segurava para não ser ainda pior era a Agricultura - e nesse ano ocorreu o contrário. Isso, também, por fatores externos, como a questão climática - que não depende de política ou gestão de governo. O lado ruim é que o PIB perdeu fôlego no fim do ano, o que significa entrar em 2025 com tendência de queda", afirma Eliane.
O vice-presidente Geraldo Alckmin se reúne hoje com empresários do setor de alimentos para discutir a inflação dos produtos alimentícios. O governo federal estuda medidas para tentar conter os aumentos - tema que afeta a popularidade do presidente Lula. Dois encontros vão ser coordenados pelo vice-presidente, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Depois da reunião técnica, Lula deve chamar sua equipe para tentar definir que medidas podem ser adotadas no tema. "Discussão para uma solução para a alta dos alimentos está na reta final. O ministro Carlos Fávaro (Agricultura) afirma que não vai haver taxação, controle de preços ou cota de importa. Disso, sobra a possibilidade de redução da carga tributária para a importação de alimentos - a qual os produtores brasileiros não gostam, porque cria competição interna; o tema está sendo calibrado com o próprio setor. Outra possibilidade na mesa é de aumento de crédito para produção de algumas variedades", diz Cantanhêde.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ressaltou a sua defesa por um cessar-fogo na guerra da Ucrânia e afirmou mais uma vez que deseja retomar o controle do Canal do Panamá e anexar a Groenlândia em seu longo discurso durante uma sessão conjunta do Congresso americano. Trump também citou o Brasil como um dos países que “cobram muito” dos Estados Unidos e prometeu novas tarifas. "Foi uma fala longuíssima e virou um palanque. Para a diplomacia brasileira, o efeito é o afastamento dos EUA da Europa; Brasil imagina que o próximo alvo das sanções norte-americanas é este continente. Nossa diplomacia considera que Trump está errando ao abrir muitas frentes ao mesmo tempo. A previsão do Itamaraty é que haja impactos para todos os países atingidos, mas, também, para os EUA, já que aumentar tarifas aumenta o custo da indústria local - o que encarece produtos, aumenta inflação e juros. Isso custa para a aprovação do republicano", avalia Cantanhêde.
O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, optou por pausar toda a ajuda militar à Ucrânia - dias depois de um bate-boca entre ele e o presidente ucraniano Volodymyr Zelenski na Casa Branca. Um funcionário da Casa Branca afirmou à Associated Press que a ação deve continuar até que Zelenski esteja disposto a negociar um acordo de paz com o presidente da Rússia, Vladimir Putin. Segundo o funcionário, trata-se de uma “revisão” para entender se a ajuda a Kiev estava “contribuindo para que a solução seja encontrada”. "Trump conseguiu rachar o apoio à Ucrânia, rachou a capacidade de o País resistir aos ataques da Rússia. Ele está pegando o que sobrou da Ucrânia para tirar proveito, explorar os minérios estratégicos do país e retirar os valores de um país que precisa se reconstruir. A Ucrânia está totalmente descoberta e a Europa não tem capacidade de contrabalançar. Trump decretou o fim da guerra a favor do invasor - a Rússia, que descumpriu leis internacionais consagradas - e pode tornar a Ucrânia um protetorado", diz Eliane.
A possível candidatura de Tarcísio de Freitas (Republicanos) à Presidência fez surgir na direita uma lista de nomes interessados em assumir seu cargo no Palácio dos Bandeirantes. Aliados que antes miravam a vice ou o Senado agora recalculam a rota e tentam se viabilizar como candidatos – de preferência, com a bênção do governador.
Políticos da direita avaliam que, sem Tarcísio na disputa, há um vácuo de liderança em São Paulo e qualquer do nome do campo pode se tornar competitivo. Por isso, a corrida para ocupar espaço e ganhar força já começou. "Enquanto a esquerda e o PT não tem nomes e a candidatura do presidente Lula está periclitante, a direita tem o oposto: excesso de nomes. Isso vem no embalo da vitória da direita nas eleições municipais de 2024, dos partidos do Centrão que se beneficiaram muito das emendas parlamentares e se aproveitaram muito da conquista de apoio em massa do ex-presidente Jair Bolsonaro; o governador paulista foi apadrinhado por ele na política e agora se coloca como seu sucessor. Mas quem tem tantos nomes é porque não tem nenhum; não tem nenhum, ainda, que esteja despontando como favorito para uma eventual substituição de Tarcisio de Freitas no governo de São Paulo", diz Eliane.