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A Polícia Federal deverá apresentar ao Supremo Tribunal Federal (STF) até o final da próxima semana seu relatório completo sobre a tentativa de golpe de Estado durante o governo Jair Bolsonaro até os atos extremistas de 8 de janeiro de 2023. Ao contrário do que previa, esse cronograma não foi alterado depois do novo inquérito aberto pela PF, com base em terrorismo, para investigar as explosões de quarta-feira, 13, na Praça dos Três Poderes, em Brasília. O atentado resultou na morte do responsável, Francisco Wanderley Luiz, que foi candidato a vereador em 2020 pelo PL em Santa Catarina. A legenda é o partido de Bolsonaro e o Estado é o mais bolsonarista do País. O relator no STF tanto da trama de Golpe quanto das explosões é o mesmo, o ministro Alexandre de Moraes. Isso porque haveria conexão entre terrorismo, articulação de golpe de Estado e Abolição violenta do Estado Democrático de Direito nos dois casos. Como explica um especialista do STF, os dois inquéritos - do golpe e da explosão- são “autônomos” e não interferem no cronograma um do outro. "O Alexandre de Moraes vai continuar com o carimbo de líder da resistência democrática à tentativas de golpe", diz Cantanhêde.
A Polícia Federal prendeu nesta terça-feira, um general reformado, ex-integrante do governo Jair Bolsonaro, três agentes das Forças Especiais, conhecidos como “kids pretos”, e um policial federal. O grupo supostamente planejava um golpe de Estado para impedir a posse do presidente Lula e “restringir o livre exercício do Poder Judiciário”. As diligências fazem parte da Operação Contragolpe, que identificou um detalhado planejamento operacional chamado “Punhal Verde e Amarelo”, previsto para ser executado em 15 de dezembro de 2022. O plano tinha como objetivo o assassinato de Lula e do vice-presidente Geraldo Alckmin. Também incluía a execução do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo, que era monitorado continuamente, caso o golpe fosse consumado. "Isso não é o Exército Brasileiro. Isso é o joio do Exército Brasileiro. E a reunião em que foi celada a decisão e a execução do plano para executar o ministro Alexandre de Moraes ocorreu na casa do Ministro da Defesa do governo Bolsonaro, Braga Neto. É estarrecedor; eles estavam a postos para matar o Alexandre de Moraes", afirma Cantanhêde.
A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira uma operação contra uma organização criminosa que teria planejado um golpe de Estado após as eleições de 2022 para impedir a posse do presidente Lula e restringir a atuação do Poder Judiciário. Segundo a PF, o grupo segui um plano para matar Lula, Alckmin e Moraes em 2022. Quatro militares do Exército ligados às forças especiais, os chamados "kids pretos" foram presos: o general de brigada Mario Fernandes (na reserva), o tenente-coronel Helio Ferreira Lima, o major Rodrigo Bezerra Azevedo e o major Rafael Martins de Oliveira. "Cada vez fica mais evidente o quanto o Brasil esteve perto de um golpe de estado", diz Cantanhêde.
O xingamento proferido pela primeira-dama Janja da Silva ao bilionário Elon Musk prejudica a tentativa do governo Lula de estabelecer um elo com o futuro presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A declaração se choca com a tentativa do Palácio do Planalto de minimizar divergências e abrir canais com o futuro ocupante da Casa Branca, agindo de forma menos ideológica e mais “pragmática”. "A Janja se comportou como se fosse uma apresentadora de programa de auditório, não como a anfitriã de uma cúpula de líderes", diz Cantanhêde.
A Polícia Federal abriu inquérito para apurar as explosões que ocorreram em frente ao STF, e nas proximidades da Câmara dos Deputados na noite desta quarta-feira. Há suspeitas de que o atentado tenha motivação política e, por isso, a PF enviará o inquérito ao ministro do Supremo Alexandre de Moraes, relator dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. "Todos em Brasília estão mobilizados. Depois do trauma de 8 de janeiro, todo mundo de cabelo em pé. Explosões na Praça dos Três Poderes não é trivial e é ainda mais chocante depois de um governo que planejava golpe de estado", afirma Cantanhêde.
O bilionário Elon Musk, que atuou como um dos principais apoiadores públicos e financiadores da campanha de Donald Trump, será o chefe do chamado “Departamento de Eficiência Governamental”, anunciou o presidente eleito na noite desta quarta-feira, 12. O CEO da Tesla e da SpaceX ocupará o cargo ao lado do empresário americano Vivek Ramaswamy. "Ele já arranjou um jeito de colocá-lo como assessor dentro de sua estrutura de governo. Musk tem uma bomba atômica, que é a Internet, e Trump tem pretensão de dominação internacional e liderança da direita; o empresário é um instrumento disso. No segundo governo Trump está radicalizando ainda mais", diz Cantanhêde.