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O governo Lula condenou os ataques que Israel conduziu em Beirute, a capital do Líbano, contra alvos do Hezbollah e a morte do chefe do Hamas no Irã. O Brasil disse acompanhar com extrema preocupação a escalada e fez um apelo à comunidade internacional para conter o agravamento do conflito. O texto segue dizendo que o Brasil repudia “flagrante desrespeito” à integridade territorial do Irã e que atos de violência, sob qualquer motivação, não contribuem para paz no Oriente Médio. "A questão passou a ser a preocupação número 1 do Governo Brasileiro. O que era uma guerra entre Israel e Hamas está se transformando em regional, com impacto enorme no mundo, e que suga os EUA para o 'olho do furacão'. Uma guerra do Oriente Médio não é só da região pois atrai as potências e isso tem efeito geopolítico, na Economia e no Petróleo", analisa Eliane.
O Senado aprovou por 49 votos a 19, o primeiro projeto de lei complementar com as regras para o funcionamento da reforma tributária. Como foram feitas modificações pelos senadores, o texto retornará à Câmara para nova apreciação dos deputados – o que deve ocorrer na próxima semana. Durante a tramitação no Senado, as bebidas açucaradas saíram da lista de produtos sujeitos ao Imposto Seletivo, o chamado “imposto do pecado” – criado para desestimular o consumo de itens que façam mal à saúde e ao meio ambiente. Também foram poupadas as armas e munições, cuja tributação foi sugerida pelo relator, Eduardo Braga (MDB-AM), mas não recebeu o apoio dos senadores. "Muitas questões foram 'reincluídas'. Já tinham vindo da Câmara, Braga tentou corrigir as falhas do projeto que veio de lá, mas foi derrotado - inclusive sobra as armas e munições. Não tem nada mais nocivo à saúde quanto elas, porque matam, mas a força das bancadas, acima dos partidos, conseguiu retirar. Não estou otimista sobre a Câmara melhorar a proposta, portanto a pressão vai continuar; acho que vai continuar exatamente como está", afirma Eliane.
Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quinta-feira, 12, mostra que presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), venceriam todos os potenciais candidatos da direita à Presidência em 2026 se as eleições fossem hoje. Em cenários hipotéticos de segundo turno, os dois bateriam o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o ex-coach Pablo Marçal (PRTB) e o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União). "São boas notícias não apenas diretamente para o presidente, como para o PT. Haddad é tido como alternativa ao presidente na eleição de 2026", diz Cantanhêde.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou, durante Fórum dos Governadores, em Brasília, que existe um consenso sobre a necessidade de uma proposta de emenda à Constituição para “revisitar” o tema da segurança pública na Carta Magna de 1988. Após a reunião, o ministro assegurou que a PEC vai garantir a autonomia dos governadores em relação à gestão das polícias Militar e Civil. "Agora, Lewandowski admite que não tem mais só sua proposta e a do Governo são três: dos municípios, dos estados e do Governo Federal, mas com discrepâncias menores. O problema agora é convencer a Casa Civil, que trancou a proposta do ministro", conta Eliane.
A equipe médica que operou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira (10), em uma entrevista à imprensa, que ele está bem, conversa e se alimenta normalmente e não ficará com nenhuma sequela. Segundo os médicos, as funções neurológicas dele estão preservadas. Ele fez um procedimento cirúrgico de emergência para drenar um hematoma na cabeça - ainda em decorrência da queda que sofreu em casa em outubro. "Lula acaba de fazer 79 anos, já teve câncer, teve uma vida dura e muito estresse. É claro que isso joga montes de interrogações sobre sua capacidade de disputar mais uma reeleição em 2026. Este, que é um debate sutil, vem crescendo muito nos bastidores de Brasília. Além do lado 'pessoa' do presidente, há a questão política, pois o País está muito polarizado. Sem o ex-presidente Jair Bolsonaro, que está inelegível, há um vácuo muito grande e expectativa de guinada ao Centro; é este eleitorado que está órfão", avalia Eliane.
O Senado e a Câmara dos Deputados trabalham na construção de um consenso para o principal texto da regulamentação da reforma tributária. A ideia é que o projeto de lei complementar (PLP) 68/2024 seja aprovado pelos senadores e volte para a Câmara em uma aprovação final sem mudanças de mérito, que obrigariam a proposta a retornar ao Senado. O acordo é costurado pelo relator do projeto no Senado, Eduardo Braga (MDB-AM), com o relator do texto na Câmara, Reginaldo Lopes (PT-MG), e deputados que participaram do grupo de trabalho sobre a proposta. O objetivo é concluir a votação no Congresso neste ano, já que faltam duas semanas para o recesso de fim de ano do Legislativo. "A reforma do ano passado foi comemorada 'com rojões', porque ocorreu depois de décadas, e depois disso pensamos que a regulamentação seria rápida. Mas passou o primeiro semestre, entrou o segundo e, sob pressão do governo para aprovação antes da eleição, o Congresso disse que ficaria para depois. Agora já estamos em dezembro, com o recesso vindo aí. Hoje, é possível que o relatório do Braga comece a ser apresentado - 'aos 48 do segundo tempo, ao menos uma parte dela", diz Cantanhêde.