PUBLICIDADE

Eliane Cantanhêde

Ouça os comentários diários da colunista do Estadão para o Jornal Eldorado.


Acompanhe também em:

"É necessário negociar muito delicadamente a PEC da Segurança"

O presidente Lula discute hoje à tarde com governadores, no Palácio do Planalto, mudanças nas políticas de segurança pública no país. A ideia de Lula e de auxiliares é que o governo federal participe mais da formulação e implementação das políticas públicas sobre o tema, em especial no combate ao crime organizado. Lula também convidou representantes do Congresso Nacional e do Judiciário para o encontro, além de secretários estaduais de segurança. O presidente quer enviar ao Congresso uma proposta de emenda à Constituição para ampliar a atuação da União na área. Atualmente, a maior parte das atribuições de segurança cabe aos governos estaduais com suas polícias civis e militares. "Este pacote está parado desde março porque há muitas dúvidas Jurídicas, especialmente por ser uma PEC; é necessário negociar muito delicadamente. Os governadores acionam o governo federal pedindo socorro contra o crime, mas, pela Constituição, o papel federal é muito restrito. A ideia é dar mais poderes ao governo federal para coordenação de ações na Segurança Pública, com maior sintonia com procedimentos comuns entre os estados", diz Cantanhêde.

31/10/2024 | 14h18
Ouvir episódio

Todas as edições

"O ponto positivo da PEC da Segurança é abrir a discussão"

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, apresentam nesta quinta-feira, 31, a governadores a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública. A PEC é uma tentativa do governo de tentar minimizar os problemas numa das áreas pior avaliadas da gestão petista. Na reunião realizada no Palácio do Planalto, governadores que apoiam o governo e também os de oposição cobraram ações de combate à criminalidade que vão além do que está previsto na PEC. "Há um temor de que este pacote retire autonomia dos estados sobre segurança pública e dê ingerência do governo federal sobre os estados nesta área. Mas o ponto positivo é que esta aberta a discussão. A proposta é avaliada positivamente pelos especialistas, agora é debater, fazer ajustes e tranquilizar os governadores. O crime organizado hoje é transnacional. Lula só comete um erro: demora neste debate. O Ministério da Justiça apresentou esta proposta em março para a Casa Civil e eles enrolaram. Vamos ver se com a reunião, avança; é fundamental para o Brasil", diz Eliane.

01/11/2024 | 14h33
Ouvir episódio

"Bolsonaro repete que é candidato porque é improvável que seja"

Jair Bolsonaro chamou de "utopia" e descartou a formação de uma vertente da direita que não gravite em torno dele. O ex-presidente declarou que já existiram tentativas semelhantes no passado e todas naufragaram. A afirmação é uma resposta a sugestões de viabilidade da direita longe do bolsonarismo. Neste ano, aliados do ex-presidente enfrentaram, e muitas vezes perderam, eleições para nomes de outros partidos de direita. "O presidente não sabe o que significa utopia, porque a palavra descreve uma sociedade ideal, da felicidade, e, falando isso, ele afirma que felicidade é não tê-lo liderando a direita. Além dos erros políticos, ele tem problemas na Justiça e está inelegível. Bolsonaro tem que repetir o tempo inteiro que é candidato porque está cada vez mais improvável que seja", afirma Eliane.

30/10/2024 | 14h31
Ouvir episódio

É o PT que atrapalha o governo Lula ou ao contrário?

Apuração de Vera Rosa, colunista do Estadão, conta que a reunião da Executiva Nacional do PT, ontem, foi marcada por críticas ao governo Lula, lavação de roupa suja em público e duras cobranças a respeito da necessidade de um “reposicionamento” do partido após derrotas sofridas nas eleições municipais. A portas fechadas, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, avisou os dirigentes que estava respondendo nas redes sociais, em tom duro, ao ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, para quem o partido não conseguiu sair da zona de rebaixamento nas disputas pelas prefeituras. "Em time que está ganhando não se mexe; naquele que perde uma atrás da outra, começa o empurra-empurra de culpas. É o PT que atrapalha o governo Lula ou ao contrário? Todo mundo briga e ninguém (ou todos) tem razão. O PT erra muito, o presidente também, e o partido tem seu futuro ameaçado", opina Cantanhêde.

29/10/2024 | 13h02
Ouvir episódio

"Bolsonaro tem excesso de concorrentes na direita - oposto da esquerda, que só tem Lula"

A eleição municipal nas capitais da Região Nordeste terminou com o União vencendo três prefeituras, o PL com duas e o PP, PSD, PT e PSB com uma prefeitura cada. Como saldo final, nem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e nem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foram os grandes vitoriosos do pleito na região. O bloco conhecido como Centrão (União, PP e PSD), ganhador em cinco das nove prefeituras em jogo, sai com a vantagem. Todos os principais nomes do bolsonarismo que tentaram disputar nas capitais nordestinas saíram derrotados. "Polarização é uma questão ideológica; muito mais abstrata. Eleição municipal é uma decisão sobre questões muito práticas do dia-a-dia dos cidadãos. E dessa vez ainda houve a ausência do presidente Lula. Já Bolsonaro viajou pelo País, mostrou que tem ainda muito voto e apelo com a população, apesar de a direita e o bolsonarismo saírem divididos. O ex-presidente não é mais hegemônico no espectro; ele tem excesso de concorrentes - oposto da esquerda, que só tem Lula. O mandatário sai deste pleito com uma grande interrogação: qual a chance de ser candidato em uma nova reeleição em 2026 - com 79 anos completos ontem e um PT e uma Esquerda frágeis", analisa Cantanhêde.

28/10/2024 | 13h21
Ouvir episódio

"Brics passa a ser adversário do Ocidente, mas só amplia a ditaduras"

A ditadura da Venezuela chamou o veto do Brasil à sua entrada no Brics como um “gesto hostil” e uma “agressão”. O regime chavista, bem como a ditadura da Nicarágua, foram barrados pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva por recentes desentendimentos com os ditadores Daniel Ortega e Nicolás Maduro. “A Venezuela contou com o respaldo e apoio dos países participantes nesta cúpula para a formalização de sua entrada neste mecanismo de integração, mas a representação da chancelaria brasileira, liderada pelo embaixador Eduardo Paes Saboia, decidiu manter o veto que (o ex-presidente Jair) Bolsonaro aplicou contra a Venezuela durante anos”, declarou o Ministério das Relações Exteriores venezuelano em comunicado. "É preocupante a relação do Brasil com a Venezuela, mas a reação do País é boa para a política interna do presidente Lula. A Cúpula preocupa porque os Brics passam a ser adversários do Ocidente, mas ampliação só atingiu ditaduras. O Brasil se preocupa com os critérios para novas adesões e parcerias. O Bloco está virando instrumento de poder internacional", diz Cantanhêde.

25/10/2024 | 13h13
Ouvir episódio

PUBLICIDADE