Ouça aqui as entrevistas conduzidas pelos apresentadores Carolina Ercolin e Haisem Abaki
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A tragédia do submersível que implodiu no Atlântico Norte, matando os cinco ocupantes que estavam em uma expedição rumo aos destroços do Titanic deveria servir de alerta para uma regulamentação e para uma maior fiscalização desse tipo de atividade. A avaliação é do professor Paulo Yukio Gomes Sumida, diretor do Instituto Oceanográfico da USP. Em entrevista à Rádio Eldorado, ele disse que a pressão a 4 mil metros de profundidade é a de “400 vezes maior”.
O novo presidente da Frente Parlamentar Evangélica (FPE), deputado Gilberto Nascimento (PSD-SP), afirmou em entrevista à Rádio Eldorado que, apesar de defender pautas ‘ideológicas’, entende que não é o momento de ampliar as discussões sobre costumes no Congresso Nacional. Nascimento disse que os evangélicos sofrem com a situação econômica e quer ampliar as discussões também sobre segurança. Segundo o parlamentar, a Frente não é oposição ao governo, mas seguirá atenta a avanços que ‘atentem contra a vida’ e a ‘qualquer espécie de liberação de drogas’.
E agora? Acabou o carnaval, o Oscar já é nosso. Qual será nosso novo orgulho nacional? A jornalista, pesquisadora e mestre em cultura brasileira, Neli Pereira, defende a valorização das nossas brasilidades a despeito do aval de estrangeiros. No Jornal Eldorado, Neli cita o fenômeno descrito como um "ataque de histeria de orgulho nacional", argumentando que essa busca por validação externa revela uma certa "saudade do colonizador" e um "complexo de vira-lata", impedindo uma apreciação genuína e intrínseca do que é brasileiro. O caso da leitora do tiktok que viralizou por se encantar por Machado de Assis e só assim as vendas e leitores dele aumentaram. Se o engajamento é deles, qual é o nosso retorno? “Não vale torcer e valorizar o Brasil apenas em momentos como a Copa do Mundo, Olimpíada, premiações internacionais, mas torcer pela Cultura, pela diminuição das desigualdades, por um país mais forte na economia e na democracia”, completa.
A cada 24 horas, em média, 13 mulheres foram vítimas de violência no ano passado nos nove estados monitorados pela Rede de Observatórios da Segurança. No Amazonas, Maranhão, Bahia, Ceará, Pará, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro e São Paulo, foram registradas 4.181 mulheres vitimadas, número que representa um aumento de 12,4% em relação a 2023. Os dados monitorados apontaram ainda 531 vítimas de feminicídios. Isso significa dizer que, a cada 17 horas, uma mulher morreu em razão do gênero.
Bahia e Pernambuco foram os únicos estados com queda nos números de violência de gênero. Segundo a pesquisadora da Rede de Observatórios da Segurança, Francine Ribeiro, o trabalho de movimentos sociais e coletivos alternativos ao estado, além da subnotificação dos casos junto às forças de segurança, ajudam a explicar a redução. Ainda assim, as falhas de políticas de proteção são corroboram para o constante avanço dos índices de violência nos últimos cinco anos.
São Paulo é a única região monitorada com mais de mil eventos violentos contra mulheres em 2024. Foram 1.177 casos, um aumento de 12,4% em relação ao ano anterior. Francine Ribeiro aponta o recrudescimento de medidas de proteção como fator preocupante. “Em SP, uma mulher denuncia violência a cada 5 minutos. Ainda assim, houve fechamento de delegacias da mulher 24h”, justifica.
Cinco anos após a OMS declarar a Covid-19 uma pandemia global, o infectologista David Uip defende a responsabilização de autoridades públicas pelas mortes ocorridas no Brasil. Neste período, o mundo enfrentou mais de 700 milhões de infecções. No Brasil, cerca de 700 mil pessoas morreram. Quando a Covid-19 atingiu seu pico, em abril de 2021, chegaram a ser registrados mais de 3 mil óbitos a cada 24 horas.
Em entrevista à Rádio Eldorado, o ex-secretário estadual da Saúde de São Paulo enfatiza que a Covid-19 continua sendo um problema. "Estamos tendo novos casos, especialmente nas pessoas mais vulneráveis, e novas cepas estão surgindo", alertou, ao citar o carnaval como possível foco de um novo ciclo de alta. Ele também mencionou o fenômeno do COVID rebote e o COVID prolongado, destacando as consequências duradouras da doença.
Davi Uip criticou a desinformação e os movimentos antivacina, que continuam fortalecidos após a pandemia e alimentados pela polarização do país “Tem uma porção de vigaristas falando mentiras. Isso causa um grande problema na saúde pública, porque enfrentar vigarista e mentiroso é uma coisa difícil, principalmente quando se enfrenta as redes sociais”, lamenta.
A gestão Bolsonaro, que teve três ministros à frente da Saúde, corroborou para o cenário desafiador. Segundo David Uip, após a saída dos médicos Luiz Mandetta e Nelson Teich, a condução de políticas públicas ‘foi um desastre’. “Aquele governo precisa ser dividido. Nelson Teich era um cientista muito bem intencionado, mas ficou um mês. A partir daí foi um desastre. Teve a contraindicação da vacina e a invenção de fatos alegóricos. O pior foi que São Paulo estava pronto para vacinar em setembro de 2020, mas só fomos aplicar a primeira dose em janeiro de 2021. Isso teve consequências”. A gestão do general Eduardo Pazuello priorizou o uso de medicamentos ineficazes contra a doença, como cloroquina, e o afrouxamento de medidas sanitárias.
Os conflitos internos na Síria que explicam a morte da minoria alauíta estão ligados à tomada de poder pelo HTS (Hay'at Tahrir al-Sham), um grupo rebelde, após a queda do regime de Bashar al-Assad, que esteve no poder por seis décadas. Este novo governo é liderado por sunitas, representando a maioria étnica da população síria. Apesar de inicialmente tentar projetar uma imagem de moderação, confrontos recentes em cidades costeiras foram desencadeados por apoiadores do ex-líder. A resposta agressiva do atual governo a esses confrontos resultou em acusações de limpeza étnica, com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos reportando mais de mil mortes, majoritariamente civis. Segundo o doutor em Relações Internacionais, Vladimir Feijó, existe um grande ressentimento da maioria da população em relação ao regime anterior, que priorizou minorias, seguindo o exemplo da França durante sua ocupação após a Primeira Guerra Mundial. O HTS alega que os confrontos são instigados por apoiadores do antigo regime, que estão sendo expulsos e vendo suas perspectivas de vida diminuírem.
A violência tem sido direcionada a grupos minoritários, incluindo os alauítas (cerca de 11% da população e parte da família Assad), os drusos e os cristãos. Há um temor de que o HTS esteja tentando construir uma unidade síria de forma forçada, e minorias como drusos e cristãos também podem se tornar alvos. Ao Jornal Eldorado, Feijó sugere que uma possível saída seria a criação de uma coalizão internacional de potências que normalmente competem entre si (como França, Reino Unido, Estados Unidos e Rússia), que historicamente classificam o HTS como uma entidade terrorista.