As principais notícias do dia com Haisem Abaki e Carolina Ercolin
A ministra do Planejamento, Simone Tebet, disse ontem que, sem a aprovação da nova regra fiscal das contas públicas, o chamado arcabouço fiscal, a previsão é ter apenas R$ 24 bilhões para as despesas da máquina do governo. A conta foi feita com base na lei do teto de gastos, que ainda está em vigor e limita o crescimento das despesas do governo à inflação do ano anterior. Segundo a ministra, não sobraria dinheiro para programas sociais como Minha Casa, Minha Vida, Desenvolvimento da Educação Básica, Farmácia Popular e Mais Médicos. Nos cálculos do governo federal, o orçamento de 2024 contará com mais R$ 172 bilhões se o Congresso Nacional aprovar o novo arcabouço fiscal. Com o novo modelo, o governo abriria mais espaço no Orçamento porque o crescimento das despesas estaria atrelado a 70% da variação da arrecadação. A despesa poderá crescer num intervalo de 0,6% a 2,5% acima da inflação.
Em entrevista à Rádio Eldorado, o professor da ESPM-SP e consultor da Méthode Consultoria Adriano Gomes disse que o governo está “jogando a responsabilidade no colo do Congresso” e afirmou que o próximo passo para a reorganização das contas públicas deve ser a reforma tributária.
O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB), defendeu uma limitação dos valores destinados às emendas parlamentares no País. Em sua avaliação, tais recursos devem ser impositivos, porém, os valores estão “muito altos”, o que pode criar uma “distorção”. “Pode ter emenda. Na maioria das democracias do mundo inteiro, os parlamentares apresentam emendas. Elas devem ser impositivas, não deve o governo dizer se aquilo atende, se aquilo não atende”, afirmou, em entrevista a Eliane Cantanhêde e Carolina Ercolin, no Jornal Eldorado.
O ex-ministro da Justiça do governo FHC, José Carlos Dias, classifica como absurda a tese de que a anistia aos envolvidos nos atos golpistas em Brasília de 8 de janeiro de 2023 pacificaria o país. Pelo contrário. Na visão do advogado criminalista que defendeu centenas de presos políticos durante a ditadura militar, cerimônias para recordar a data, aliadas à punição aos envolvidos, servem como lição à sociedade, ‘um basta para não incentivar novas tentativas de golpe’, explica. Em entrevista à Rádio Eldorado, o membro da Comissão Nacional da Verdade avalia que o filme ‘Ainda Estou Aqui’, de Walter Salles, corrobora com esse papel.
O médico infectologista Celso Granato avalia que a investigação da origem do surto de gastroenterite no litoral paulista é crucial para adequar a conduta médica no atendimento dos casos. Em todos eles, no entanto, a hidratação é a primeira recomendação a ser adotada pelo paciente que sofre com os sintomas como diarréia, náusea e vômito. O agravamento do quadro pode levar à morte, explica o diretor clínico do Grupo Fleury. Uma jovem de 20 anos, moradora de Taquarituba (SP), está internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital particular no Guarujá (SP), desde sexta-feira, 3. Segundo a família, o quadro dela teve início com fortes sintomas de virose. Ela viajou na última semana do ano para curtir o réveillon com os familiares no litoral. A Secretaria de Saúde de São Paulo também está investigando se há relação entre a morte de uma jovem de 29 anos em Cristais Paulista, no interior do Estado, e o surto de gastroenterite no Guarujá. Amanda Caroline Resende de Oliveira, 29, apresentou sintomas de vômito e diarreia.
Nove mortes por afogamento foram registradas no litoral de São Paulo em 2025. A maioria dos casos tem relação com a imprudência de banhistas que não respeitam os alertas de perigo indicados pelos Guarda Vidas nas praias. Segundo a capitã do grupamento de bombeiros marítimo de São Paulo, Karoline Burunsizian, 9 em cada 10 óbitos acontecem em regiões do mar onde atuam as correntes de retorno. Metade das vítimas sabia nadar. Até dia 6 de janeiro, 300 pessoas foram resgatadas em ações de salvamento.
O Brasil registrou mais de 6,6 milhões de casos prováveis de dengue ao longo de 2024, segundo o Ministério da Saúde. Esse é o maior número da série histórica e representa quase 300% de aumento em relação ao ano passado. Na mesma comparação, as mortes confirmadas também bateram recorde, com quase 400% de crescimento, chegando a cerca de 6 mil, além de outros mais de 1 mil óbitos em investigação. Em entrevista à Rádio Eldorado, a infectologista Luana Araújo disse que o curso de casos ainda deve ser “bastante acentuado” em 2025. Ela alertou que os dados atuais podem ser ainda maiores em razão de ocorrências não notificadas. Acompanhe aqui as orientações da especialista.