As principais notícias do dia com Haisem Abaki e Carolina Ercolin
O novo presidente da Frente Parlamentar Evangélica (FPE), deputado Gilberto Nascimento (PSD-SP), afirmou em entrevista à Rádio Eldorado que, apesar de defender pautas ‘ideológicas’, entende que não é o momento de ampliar as discussões sobre costumes no Congresso Nacional. Nascimento disse que os evangélicos sofrem com a situação econômica e quer ampliar as discussões também sobre segurança. Segundo o parlamentar, a Frente não é oposição ao governo, mas seguirá atenta a avanços que ‘atentem contra a vida’ e a ‘qualquer espécie de liberação de drogas’.
E agora? Acabou o carnaval, o Oscar já é nosso. Qual será nosso novo orgulho nacional? A jornalista, pesquisadora e mestre em cultura brasileira, Neli Pereira, defende a valorização das nossas brasilidades a despeito do aval de estrangeiros. No Jornal Eldorado, Neli cita o fenômeno descrito como um “ataque de histeria de orgulho nacional”, argumentando que essa busca por validação externa revela uma certa “saudade do colonizador” e um “complexo de vira-lata”, impedindo uma apreciação genuína e intrínseca do que é brasileiro. O caso da leitora do tiktok que viralizou por se encantar por Machado de Assis e só assim as vendas e leitores dele aumentaram. Se o engajamento é deles, qual é o nosso retorno? “Não vale torcer e valorizar o Brasil apenas em momentos como a Copa do Mundo, Olimpíada, premiações internacionais, mas torcer pela Cultura, pela diminuição das desigualdades, por um país mais forte na economia e na democracia”, completa.
A cada 24 horas, em média, 13 mulheres foram vítimas de violência no ano passado nos nove estados monitorados pela Rede de Observatórios da Segurança. No Amazonas, Maranhão, Bahia, Ceará, Pará, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro e São Paulo, foram registradas 4.181 mulheres vitimadas, número que representa um aumento de 12,4% em relação a 2023. Os dados monitorados apontaram ainda 531 vítimas de feminicídios. Isso significa dizer que, a cada 17 horas, uma mulher morreu em razão do gênero.
Bahia e Pernambuco foram os únicos estados com queda nos números de violência de gênero. Segundo a pesquisadora da Rede de Observatórios da Segurança, Francine Ribeiro, o trabalho de movimentos sociais e coletivos alternativos ao estado, além da subnotificação dos casos junto às forças de segurança, ajudam a explicar a redução. Ainda assim, as falhas de políticas de proteção são corroboram para o constante avanço dos índices de violência nos últimos cinco anos.
São Paulo é a única região monitorada com mais de mil eventos violentos contra mulheres em 2024. Foram 1.177 casos, um aumento de 12,4% em relação ao ano anterior. Francine Ribeiro aponta o recrudescimento de medidas de proteção como fator preocupante. “Em SP, uma mulher denuncia violência a cada 5 minutos. Ainda assim, houve fechamento de delegacias da mulher 24h”, justifica.
Em resposta aos crescentes eventos climáticos extremos, a Prefeitura de São Paulo anunciou uma nova estratégia para combater as mudanças climáticas e reduzir as ilhas de calor na cidade: a criação de pequenas florestas urbanas. O Secretário Municipal de Subprefeituras, Fabrício Cobra, revelou ao Jornal Eldorado que o plano envolve o plantio de 120 mil árvores, com foco especial nas áreas mais carentes de arborização, identificadas pelo mapa de calor como o centro e a zona leste. O “Futuro Mais Verde” prevê, além do plantio de espécies nativas, a criação de jardins de chuva para microdrenagem e a preservação de áreas verdes existentes.
Questionado se a cidade está preparada também para o salto de demanda do serviço de podas, hoje alvo de críticas por parte da população, Cobra garante que o projeto prevê a manutenção das novas árvores e das outras 650 mil árvores do viário urbano paulistano.
Dados recentes do Ministério da Justiça indicam uma redução de 5,1% nos casos de feminicídio registrados até outubro de 2024, em comparação com o ano anterior. No entanto, o estado de São Paulo apresentou um recorde de 250 casos de homicídios de mulheres por razões de gênero em 2023, o maior número já registrado pela Secretaria de Segurança Pública. Em comparação com 2023, o saldo cresceu cerca de 13%.
Ainda que o caso de Vitória Regina de Sousa - adolescente de 17 anos que foi encontrada morta em Cajamar nesta semana- não tenha entrado nas estatísticas, a pesquisadora do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Isabella Matosinhos, destaca que, apesar de avanços legislativos e do aumento da conscientização sobre a violência de gênero, os números continuam crescendo.
A Lei do Feminicídio, que completa 10 anos, foi um marco na luta contra a violência de gênero, mas os casos de violência contra a mulher não param de crescer. Em 2023, foram registradas 1.467 mulheres mortas por razões de gênero, um número alarmante que reflete a persistência da violência doméstica no país. Matosinhos aponta que a maioria das vítimas são mulheres negras e jovens, e que muitas das agressões ocorrem dentro de casa.
A pesquisadora ressalta a importância do monitoramento e da divulgação de dados sobre o tema para a sociedade civil como forma de cobrar ações baseadas em evidências das autoridades. Ela também enfatiza a necessidade de políticas públicas eficientes e estruturadas para proteger as mulheres mais vulneráveis, especialmente aquelas que não conseguem acessar a justiça antes de serem mortas. Apesar de algumas medidas serem implementadas, como o uso de tornozeleiras eletrônicas para agressores e aplicativos de proteção para mulheres, Matosinhos argumenta que essas ações atendem apenas uma pequena parcela das vítimas e que é preciso abordar as lacunas de acesso à justiça para garantir a segurança e a dignidade de todas as mulheres.
A empreendedora e fundadora da Aya Earth Partners, Patrícia Ellen, especialista em economia verde e sustentabilidade, defende que o PIB brasileiro tem potencial para crescer ainda mais e chegar aos 5% nos próximos anos se o país apostar em atrair o setor privado com projetos voltados à bioeconomia. Segundo o IBGE, a economia cresceu 3,4% em 2024 e perdeu ritmo no 4º trimestre.
Em entrevista ao Jornal Eldorado, Ellen destacou também o papel da liderança feminina em áreas estratégicas e as oportunidades da economia de baixo carbono, ressaltando a importância da participação de mulheres em cargos de decisão. Ao destacar a fase executiva de sua carreira, a administradora sentiu “a solidão de ver mais homens do que mulheres em posições de decisão, além de ver minha participação diminuida”. Agora, na fase empreendedora, Patrícia avalia que a demanda de multitarefas tem sido um desafio: “A tripla carga pesou muito mais. Também porque tenho rotineiras viagens internacionais”. Buscar ajuda e rede de apoio, além de trazer mais mulheres para ocupar espaços de liderança ao seu lado têm servido de incentivos para Patrícia seguir em frente.