As principais notícias do dia com Haisem Abaki e Carolina Ercolin
Um medicamento aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no mês passado pode ajudar a reduzir o risco de enfarte e derrame entre pessoas que já tiveram esses problemas e, portanto, são especialmente suscetíveis a enfrentá-los novamente. Trata-se da inclisirana, desenvolvida pela farmacêutica Novartis, cujo intuito é controlar o colesterol ruim (LDL), um dos principais fatores de risco por trás dos eventos cardíacos. A aplicação do medicamento ocorre duas vezes por ano, por injeção.
Em entrevista à Rádio Eldorado, o professor Francisco Fonseca, da Escola Paulista de Medicina da Unifesp, disse que o medicamento é seguro, mas ressaltou que a maioria dos casos pode seguir com os tratamentos convencionais, com as estatinas. Ele também apontou o alto custo do novo produto, com preço ainda indefinido no Brasil, e defendeu políticas para sua inclusão no Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo Fonseca, o preço anual para as duas injeções nos Estados Unidos é US$ 6,5 mil, em torno de R$ 31,5 mil.
Começou nesta semana a Operação Verão no litoral paulista, com um reforço de cerca de 2,5 mil policiais na Baixada Santista. O principal objetivo é combater furtos e roubos na região. Apesar disso, um turista de 20 anos morreu baleado no começo da manhã desta quinta-feira numa suposta tentativa de assalto na Praia da Enseada, no Guarujá. O atirador fugiu em seguida. Em entrevista à Rádio Eldorado, a secretaria de Defesa e Convivência Social do município, Valéria Amorim Queiroz, disse que o assalto ainda não está confirmado e que as autoridades policiais investigam um possível vínculo entre o criminoso e a vítima. Outra iniciativa, desta vez da Prefeitura do Guarujá, é o endurecimento da fiscalização, a partir de amanhã, do uso caixas de som, assim como a presença de animais e bicicletas nas praias. “Som alto não permite que o bombeiro execute a sua função e ninguém ouve o apito. O crime se aproveita do barulho”, afirmou a secretária. Valéria disse que os chamados para ocorrências pode ser feitos pelos telefones 153 e 190.
Os vereadores de São Paulo aprovaram em segunda e definitiva votação uma alteração no Plano Municipal de Desestatização proposta pela Prefeitura que permite a entrega à iniciativa privada de ciclovias, ciclofaixas, complexos esportivos e demais áreas destinadas à implantação de projetos culturais, artísticos, intelectuais e turísticos na cidade. Foram 35 votos a favor, 15 contra e uma abstenção. As alterações enviadas à Câmara Municipal pelo Executivo permitem incluir esses espaços públicos dentro do plano de desestatização. De acordo com a gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB), a concessão dos bens públicos à iniciativa privada tem potencial para promover melhorias no ambiente urbano, tornando os espaços mais acessíveis e com maior segurança; combater a subutilização destes pontos e estimular a ocupação destes locais pela população. Em entrevista à Rádio Eldorado, a vereadora eleita Renata Falzoni (PSB), que também é arquiteta e urbanista, demonstrou preocupação com a mudança. Ela disse que é preciso pensar com sistema cicloviário como um todo e questionou se isso aconteceria com a entrega à iniciativa privada. “Tem que haver conexão com escolas, comércio e emprego”, afirmou.
O secretário estadual da Saúde de São Paulo, Eleuses Paiva, espera que a nova vacina do Instituto Butantan contra a dengue esteja disponível para utilização a partir de 2026. A afirmação foi feita nesta quinta-feira, durante entrevista à Rádio Eldorado. O pedido de registro foi encaminhado nesta semana para análise da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “Esperamos que a Anvisa dê prioridade e que possa ser aprovada nos próximos seis meses”, disse Paiva. A vacina do Butantan é de dose única e combate os quatro sorotipos da doença.
Após anos de discussão, o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat) aprovou a revisão das regras de preservação dos Jardins com a liberação de “condomínios horizontais”. A mudança é defendida por uma parcela dos moradores, mas criticada por outros grupos de vizinhos, entre eles a associação Ame Jardins, que pretende contestar a decisão na Justiça. Alguns integrantes do conselho estadual apontaram a vacância de imóveis e o esvaziamento de uma parte dos Jardins América, Europa, Paulista e Paulistano como justificativa para a alteração. A medida facilita a construção de condomínios residenciais de até 10 metros de altura total (cerca de três andares). A construção de novos prédios verticais continua vetada, a não ser por alguns trechos de exceção já anteriormente vigentes, como na Avenida Brigadeiro Faria Lima. Em entrevista à Rádio Eldorado, o presidente da Ame Jardins, Fernando Sampaio, avaliou que a mudança daria margem futura até para condomínios horizontais não residenciais, como de escritórios.
Um estudo da Universidade de São Paulo (USP) identificou componentes de cocaína, remédios e cafeína no mar de Ubatuba, no Litoral Norte de São Paulo. Em entrevista à Rádio Eldorado, a bióloga Luciana Frazão, pesquisadora do Instituto Oceanográfico da USP, disse que o problema é causado pelo déficit na rede de coleta e tratamento de esgoto da cidade e defendeu mais investimentos no setor. Segundo ela, o maior risco à saúde é a contaminação de pescados que depois irão para o consumo humano.