As avaliações físicas são necessárias quando adultos se propõem a fazer exercícios, e com crianças não é diferente. Os atletas mirins também precisam realizar o teste para garantir que sua saúde está em ordem, especialmente do ponto de vista vascular, verificando eventuais desvios na coluna e problemas com postura, “porque tudo isso ainda está em formação e às vezes os pais esquecem e já colocam as crianças para praticar um esporte competitivo”, comenta o personal trainer e colunista da Rádio Estadão, Aulus Sellmer, em entrevista ao programa Rota Saudável.
Multidisciplinar, a avaliação física deve ser feita em conjunto entre médico, professor e técnico. "A gente nunca pode esquecer que as crianças precisam muito mais fazer atividades de baixa intensidade, mais lúdicas", ressalta Sellmer. Também é interessante fazer com que a criança passe por uma série de modalidades antes de escolher qual é o esporte que quer praticar na adolescência ou pelo resto da vida – decisão que cabe a ela, não aos pais.
A carga psicológica das expectativas dos pais aliada a eventuais lesões sofridas pela criança ainda podem fazer com que ela não queira mais realizar atividades físicas, tornando-se obesa. "Não está na fase de ter essa seriedade, essas obrigações de ganhar uma medalha, ser o primeiro colocado e assim por diante", garante Sellmer. É necessário desvincular o esporte na infância da cobrança, pois do contrário qualquer atividade será associada a resultados, e não ao prazer e aos benefícios.
É importante lembrar que o esporte também promove sociabilização, que ajuda as crianças a evoluírem. Em esportes coletivos, o grupo inteiro estará ajudando a criança em eventuais derrotas, ensinando que perder também faz parte do jogo. “A gente aprende com os nossos erros e com as nossas derrotas, para, no futuro, ser uma melhor pessoa”, finaliza.
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