Conhecido por ser ex-executivo da Rede Globo, José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, se recupera após ter sofrido um enfarte durante um voo entre Nova York e o Rio de Janeiro.
Segundo informações da TV Vanguarda, afiliada da emissora no interior de São Paulo, o incidente aconteceu na quarta-feira da semana passada. O avião dele fez um pouso forçado em Orlando e a previsão é que o diretor tenha alta nesta terça-feira, 11.
Doença cardíaca caracterizada pela necrose – ou morte – do tecido miocárdico, o enfarte requer uma maior atenção quando há fatores de risco. Para pessoas idosas ou com histórico familiar, por exemplo, a chance de ter eventos cardiovasculares e circulatórios dentro de um avião pode ser maior.
Como explica o cardiologista João Vicente da Silveira, médico do Hospital Sírio-Libanês, os motivos são a desidratação e o repouso por um tempo prolongado. Esses fatores favorecem a trombose nas pernas, que pode chegar até o pulmão e levar a um caso de embolia pulmonar.
Segundo o cardiologista, idosos, pacientes que já tiveram enfarte, que possuem histórico familiar ou que operaram o coração, que são hipertensos, diabéticos ou fazem uso de medicamentos vasodilatadores ou diuréticos precisam de maior atenção durante viagens prolongadas.
Quais são os cuidados prévios para evitar doenças cardiovasculares e circulatórias em viagens?
Silveira aponta que, para que o risco de enfarte diminua, o mais importante é que um médico cardiologista seja consultado regularmente. “Ele vai pedir os exames necessários para que o paciente tenha a segurança de que não há riscos”, ressalta.
Com a consulta, o paciente pode descobrir se não há evidências de que alguma artéria possa estar entupida e, dessa forma, poderá tomar as providências necessárias.
Dentro do avião, o médico afirma que hábitos como usar meia elástica, ficar em pé, fazer massagem nos pés e tomar água podem ajudar a evitar que um incidente aconteça.
Quais são os sintomas de enfarte?
João Silveira ressalta que nem sempre os sintomas clássicos de enfarte aparecem, principalmente em mulheres e idosos.
Os mais conhecidos são dor forte no meio do peito, do tipo queimação, que pode irradiar para áreas como pescoço, mandíbula, braços e costas.
“É uma dor muito forte que dá uma iminência de morte, ou seja, o paciente sente que pode morrer”, explica o cardiologista.
Porém, o médico alerta que as mulheres podem apresentar sintomas mais “suaves”, como cansaço, falta de ar, desconforto torácico, tosse e mal-estar.
A melhor forma de evitar a doença, como explica Silveira, é tomar água, medir a pressão arterial, fazer exames de sangue, realizar atividades físicas, cuidar da saúde mental, se alimentar de forma saudável e, se necessário, tomar medicamentos receitados por um cardiologista.
*Estagiária sob supervisão de Charlise de Morais
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