Dermatite atópica atinge mais cães que humanos, afirma especialista

Doença inflamatória da pele afeta 30% da população canina que vive em grandes centros urbanos

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Foto do author Ricardo Magatti
ShihTzu é uma das raças que mais desenvolvem dermatite atópica Foto: Pixabay/ Free-Photos

A dermatite atópica, doença inflamatória da pele que causa coceira, vermelhidão, irritação e perda de pelo em excesso, tem aumentado entre os cães que vivem em grandes centros urbanos. Atualmente, 30% dos cães são acometidos com a doença, que tem incidência menor entre os humanos – cerca de 25% e quase sempre em crianças.

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Segundo Marconi Rodrigues de Farias, Coordenador da Comissão Especial de Alergia Veterinária da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), a maior incidência da doença alérgica está intimamente relacionada ao estilo de vida do animal, que passa muito tempo em ambientes fechados. "Os cães que vivem em conglomerados urbanos estão cada vez menos expostos à área externa. Vivem em média 23 horas do dia em locais fechados e isso causa o desenvolvimento de doenças como a atopia", diz.

Além da pouca exposição ao ar livre, a alimentação, o contato com roupas sintéticas e cosméticos e a predisposição genética são fatores consideráveis para o desenvolvimento de doenças alérgicas na população canina. "Os cães são cada vez mais criados como humanos e isso pode trazer problemas", questiona Farias.

Quanto à alimentação, a proteína do leite, do frango, do trigo, da soja e bovina podem ajudar no desenvolvimento da patologia, que se manifesta principalmente depois que os cães se coçam excessivamente ou passam a lamber muito uma parte do próprio corpo. A partir daí, então, pode apresentar edemas e descamação, produzida por uma alteração do sistema imunológico do cão.

"É importante que, no animal alérgico, a doença seja estudada. Tem que avaliar cada caso. Existe um protocolo específico", pondera o veterinário.

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Guilherme Bley, publicitário, viu de perto sua cachorra Mel, uma Shih Tzu de dez anos, sofrer com a doença. "Ela coçava muito perto dos olhos e orelhas, além de lamber as patas a todo momento. O cheiro também era muito forte e o pelo começou a cair", conta o rapaz, que logo a levou no veterinário para saber o que estava acontecendo.

De acordo com Bley, o veterinário que cuidou do seu animal de estimação explicou que, além da exposição a fungos, a predisposição genética foi fator determinante para que a cadela desenvolvesse a doença. Hoje, ela vive bem, mas tem que manter o tratamento contínuo. "Ela está bem, mas o tratamento é para sempre. Usamos xampus e sprays específicos e damos medicamento quando necessário", explica.

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