Restrição no consumo de carboidratos e alta ingestão proteica: é o que propõe a dieta das proteínas, em alta nos últimos tempos. Difundido como milagroso, o método de emagrecimento não deve ser utilizado sem indicação ou acompanhamento de um profissional. Segundo Bruno Halpern, endocrinologista e coordenador do Centro de Controle de Peso do Hospital 9 de Julho, cada caso deve ser analisado por um nutrólogo, nutricionista ou endocrinologista. “Qualquer dieta desbalanceada leva a riscos de deficiências nutricionais”, alerta Halpern.
De acordo com Andrea Pereira, nutróloga do Hospital Israelita Albert Einstein, como há restrição no consumo de carboidratos, o nível de glicose é reduzido, ocorre uma hipoglicemia. “O cérebro precisa de açúcar para funcionar. Quando você fica sem açúcar, você usa as reservas de gordura”, diz Andrea. Desta forma, são comuns e frequentes os casos de pacientes que chegam ao consultório e relatam desmaios.
Para os diabéticos, o caso é mais sério. Como em alguns casos o paciente toma medicamentos para baixar o nível de açúcar no sangue, restringir o consumo de carboidratos pode ser um risco.
Quem tem problema renal deve passar longe do famoso suplemento whey protein e das dietas de restrição proteica. Segundo a nutróloga, o consumo de proteínas em excesso pode sobrecarregar os rins.
A moda do whey protein. Com o nome comercial whey protein, o suplemento proteico à base de proteína do soro de leite é uma tendência entre quem pratica exercícios físicos, principalmente em academias. Indicado para atletas, o produto tem sido usado de forma indiscriminada, até mesmo por quem quer emagrecer. “Quando você quer perder peso, você faz uma restrição calórica. Se quer perder peso, faz pouquíssimo sentido tomar o suplemento, porque em cada grama de proteína tem quatro calorias”, diz Bruno Halpern.
De acordo com Halpern, não se deve exagerar na quantidade de proteínas ingeridas. Quando consumidas em excesso, viram outras fontes de energia, como gordura ou carboidrato. Tudo depende da necessidade do corpo.
O alerta fica para pacientes que seguem dietas de livros e revistas sem procurar um profissional, já que cada organismo tem uma necessidade. “Uma pessoa que tem colesterol alto e outra que tem baixo vão fazer a mesma dieta?”, questiona o endocrinologista.
O consumidor também deve prestar bastante atenção ao comprar o produto. Em agosto deste ano, o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) testou 15 marcas que comercializam o suplemento. Apenas uma passou no teste. Veja aqui a lista completa.
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