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Esmaltes com cheiros que acalmam funcionam? Especialistas explicam

Dermatologistas pedem atenção a componentes de produtos e aromaterapeuta explica como aromas podem auxiliar sensação de bem-estar

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Foto do author Sabrina Legramandi

Nos últimos anos, a aromaterapia esteve em alta. Dicas de velas e aromatizadores com cheiros que promovem uma sensação de bem-estar dominam as redes sociais e, agora, o setor da beleza também resolveu se alinhar à tendência.

Recentemente, uma linha de esmaltes perfumados que prometem transmitir sensação de “calma, conforto e tranquilidade” foi lançado pela Impala. Mas será que aromas específicos em contato com o corpo o tempo todo realmente são benéficos à saúde?

Esmaltes com aromas podem provocar sensação de bem-estar, mas alguns pontos devem ser considerados. Foto: Pexels/RODNAE Productions

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Andreia Castanheiro da Costa, dermatologista e professora de Medicina do Centro Universitário São Camilo, em São Paulo, diz que produtos “com cheiro” realmente podem promover uma sensação positiva.

A ressalva, porém, é o risco maior de alergias em pessoas que já são propensas a desenvolverem quadros alérgicos. “Devemos considerar que existem pacientes que são alérgicos a fragrâncias tópicas e a fragrâncias por inalação”, afirma.

O dermatologista Daniel Pinho, professor da mesma universidade, também argumenta que adicionar mais uma substância ao esmalte pode desenvolver ainda mais esse risco.

Ele explica que as alergias provocadas por esse tipo de produto podem causar coceira, vermelhidão e descamação das bordas periungueais, a região ao rehttps://estadao.arcpublishing.com/composer/searchdor das unhas, e das pálpebras.

Além disso, para o dermatologista, os esmaltes não devem ser usados de forma contínua. “Eu recomendo esmaltar numa semana e hidratar na outra”, afirma.

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Andreia, por outro lado, diz que o esmalte pode atuar como um protetor físico, desde que não tenha muitos ativos ou componentes agressivos. “À medida que começa a sair e descascar, porém, acaba perdendo essa proteção e pode piorar o aspecto clínico da unha”, ressalta.



Odores específicos realmente podem provocar sensação de bem-estar?

A aromaterapia surgiu como uma corrente científica que estuda os efeitos de certos odores e como eles podem auxiliar no tratamento da ansiedade e do estresse.

Maria Alice de Gouveia Pereira, nutricionista e professora do curso de Extensão de Aromaterapia do Centro Universitário São Camilo, explica que os “cheiros” promovem uma sensação de bem-estar pela ação de certos compostos.

Ela explica que a prática consiste na utilização dos chamados OEs, ou óleos essenciais, “medicamentos vegetais” e naturais que podem ser benéficos caso sejam utilizados de forma correta e na dosagem correta.

A aromaterapeuta ressalta que, para que o tratamento seja efetivo, os óleos essenciais precisam ser puros, ou seja, sem a adição de produtos sintéticos, por exemplo.

O óleo também precisa trazer a identificação do gênero e da espécie da planta em que foi originado, já que “diferentes espécies de um mesmo gênero podem ter propriedades diferentes”.



É recomendado ter contato com os aromas o tempo todo?

Maria afirma não haver necessidade de ter contato com os aromas o tempo todo. Ter contatos pontuais com os odores, inclusive, pode ser ainda mais efetivo no tratamento.

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“A intensidade do odor aumenta com a concentração e rapidamente diminui com a adaptação olfativa, justificando, na maioria das vezes, um melhor efeito para uma inalação aguda dos óleos essenciais do que a inalação mais longa”, explica.

A aromaterapia para o controle do estresse e da ansiedade, porém, “deve ser individualizada e de forma holística”, como diz a especialista.

Por isso, para que um tratamento com óleos essenciais seja efetivo, os aspectos físico, social, mental, econômico e espiritual também devem ser considerados para que os OEs específicos possam ser indicados.

Aliar a prática de atividade física, sono de qualidade, bons relacionamentos, controle de estresse e a boa alimentação a odores específicos realmente pode provocar mudanças no bem-estar. O que deve ser considerado, porém, são os aspectos individuais.


*Estagiária sob supervisão de Charlise de Morais

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