Frequente na terceira idade, osteoporose é mais intensa entre público feminino

Uma em cada cinco mulheres idosas que fraturam o quadril devido à doença morrem em até um ano

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Por Felipe Neves

Atualizado em 22/10/2014 às 15h45

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Cinquenta sessões de fisioterapia foram necessárias para que Teresinha Vidigal, de 71 anos, se recuperasse da fratura que sofreu na mão após uma queda. “Foi difícil, não sarava”, ela relembra. O acidente, ocorrido em 2013, aconteceu dez anos depois de a aposentada ter iniciado o tratamento contra a doença que a incomoda até hoje: a osteoporose. “É difícil, tem que passar muito tempo tratando para sarar”, ela reclama.

Teresinha faz parte das estatísticas de uma doença silenciosa. No Brasil, cerca de 20% da população acima dos 50 anos de idade possui osteoporose, que se manifesta quando há falta de cálcio no organismo, enfraquecendo os ossos. O mal é responsável por causar problemas graves para boa parte dos idosos, que geralmente envolvem-se em fraturas por quedas.

Estima-se que ocorram mais de 120 mil acidentes desse tipo no País, todos os anos. A taxa ainda esconde um número surpreendente: cerca de 20% das mulheres que sofrem de fratura do quadril devido à osteoporose morrem em até 12 meses.

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O esqueleto humano concentra praticamente todo o cálcio do corpo. Como o organismo não consegue fabricar o mineral, a reposição fica exclusivamente por conta da alimentação. Durante as várias fases da vida, são necessárias diferentes quantidades diárias de ingestão do elemento para suprir as demandas de desenvolvimento da estrutura óssea.

Na maior parte da infância, a recomendação é que a ingestão média de cálcio seja de 800 mg por dia. Já na adolescência, dos 9 aos 17 anos (o chamado “estirão”), ocorre o primeiro pico de absorção do mineral pelo organismo: 1300 mg é a quantidade necessária para que o esqueleto cresça até tomar formas adultas. Após isso, o consumo deve ficar na casa dos 1000 mg ao dia, suficientes para manter a renovação.

O corpo só irá exigir mais cálcio na terceira idade, geralmente após os 50 anos. É nessa fase que os principais problemas relacionados à osteoporose começam a acontecer, quando a produção de células ósseas começa a diminuir e a reposição do tecido velho absorvido fica comprometida. Apesar de atingir o público idoso em ambos os sexos, é nas mulheres que a doença tem potencial para causar danos maiores.

A menopausa, fase da vida em que o corpo feminino apresenta queda na produção de seu principal hormônio, é a maior causa da incidência maior da osteoporose em mulheres. “O estrógeno tem importância crucial na reabsorção das células ósseas. Ele regula o processo de renovação. Se ele fica em baixa, a produção de novas células não acompanha absorção, o que acaba por deixar os ossos porosos”, explica o reumatologista Charlles de Moura Castro.

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Teresinha repõe a perda de cálcio ingerindo principalmente leite, iogurte e cereais, alimentos recomendados pelos médicos por conterem alta concentração do mineral. Vegetais folhosos, gema de ovo e mariscos também contribuem para a dieta, embora com menor quantidade. Doutor Charlles também explica que “existem vários suplementos que podem ser aliados, como o bicarbonato de cálcio. Eles precisam, no entanto, de prescrição médica para que se avalie a real necessidade de seu uso”.

Para exercitar o corpo, além das sessões de fisioterapia que participa, a aposentada ainda pratica o Lian gong, sistema de práticas corporais chinês que reúne diversas tradições aliadas aos modernos conhecimentos da medicina ocidental. “É mais ou menos como o Tai Chi Chuan. Eu pratico em uma igreja aqui perto de casa. Não tem como ficar parada. Eu não fico. Tenho 71 anos, mas todo mundo me dá 50”.

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