Desde a puberdade, a mulher vai esgotando o estoque de óvulos mês a mês durante o período menstrual. A menopausa marca o fim da fase reprodutiva feminina. É a etapa em que ocorre a última menstruação, normalmente entre os 45 e 55 anos de idade. Porém, um pouco antes, os sintomas já começam a surgir. Os mais comuns são: ondas de calor, suores noturnos, secura vaginal, disfunção sexual, alterações de humor como depressão e ansiedade, insônia, diminuição da massa óssea, ganho de peso e alterações do metabolismo. “Em geral a menopausa ocorre por volta dos 50 anos, mas pode ocorrer mais precocemente (antes dos 45 anos) quando é então definida como menopausa precoce. A presença dos sinais e sintomas típicos não é obrigatória e pode variar de intensidade de mulher para mulher”, avalia a ginecologista Silvana Chedid. Apesar disso, é possível aliviar os sinais, na análise da endocrinologista Larissa Garcia Gomes, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia de São Paulo. “Os sintomas de menopausa têm tratamento que deve ser feito adequadamente. Esse tratamento se baseia inicialmente em orientações de mudanças de estilo de vida com dieta saudável, atividade física regular, manutenção do peso adequado e cessar o tabagismo”, afirma. A terapia de reposição hormonal pode melhorar bastante os sintomas, mas só pode ser recomendada após avaliação médica. Se não houver contraindicações, o médico deverá fazer uma prescrição personalizada, respeitando as peculiaridades de cada mulher.
Menopausa X climatério
Os sintomas da menopausa podem começar a surgir ainda em uma fase anterior, chamada de climatério. “Menopausa é quando a última menstruação da mulher ocorreu há pelo menos um ano e marca o fim da vida reprodutiva da mulher.
Climatério é um período de meses ou anos que precedem a menopausa e se caracterizam por alguns sintomas típicos como ondas de calor, secura vaginal, alterações de libido, alterações de humor e insônia, dentre outros sinais e sintomas”, ressalta a ginecologista Silvana Chedid.
Menopausa precoce
A menopausa é a cessação permanente da menstruação, quando há a falência da produção dos hormônios estrógenos e da atividade reprodutiva pelos ovários. Quando isso acontece antes dos 40 anos de idade, é denominada menopausa precoce, o que pode aumentar o risco de doenças cardiovasculares (enfarte e derrame) e osteoporose. O diagnóstico de menopausa precoce deve ser realizado pelo ginecologista, por meio da realização de exames de sangue que permitem a dosagem dos hormônios FSH, estradiol e de prolactina. Estudos indicam que a mulher pode chegar mais cedo a essa etapa por alguns fatores como alterações genéticas no cromossomo X, mãe ou avó com histórico de menopausa precoce, doenças autoimunes, quimioterapia e exposição exagerada a radiações.
Mudança na vida sexual
Muitas mulheres que estão prestes a entrar nessa etapa da vida têm dúvidas em relação à libido sexual. Sobre isso, Silvana Chedid explica: “A diminuição da libido é um sintoma frequente, mas nem todas as mulheres têm essa queixa. Isso acontece pela diminuição dos níveis hormonais”.
Fertilidade e menopausa
A capacidade reprodutiva da mulher depende de vários fatores e não somente da idade. Existem exames de sangue (como por exemplo a dosagem do hormônio antimulleriano e do FSH) e ultrassom (para contagem dos folículos ovarianos) que podem avaliar adequadamente a reserva ovariana da mulher e com isso estimar, aproximadamente, até quando ela poderá engravidar. Quando os sintomas típicos do climatério aparecem, em geral a reserva ovariana já está diminuída e as chances de engravidar também.
Tratamento para alívio dos sintomas
A terapia hormonal com estrógenos é uma das formas de tratar os sintomas da menopausa. A dose da terapia hormonal e forma de administração (comprimidos, gel, adesivos, creme vaginal), assim como os riscos e benefícios do tratamento, devem ser avaliados de forma criteriosa pelo médico que vai acompanhar a paciente. É bom enfatizar que é possível adotar medidas preventivas para aliviar os sintomas da menopausa. “A manutenção de um peso corporal adequado, além de hábitos de vida saudáveis como não fumar, praticar atividade física e cuidar da saúde mental ajudam de sobremaneira no controle dos sintomas climatéricos”, conclui a ginecologista Silvana Chedid.
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