Sabe aquele alimento que está na sua geladeira há dias? Talvez deixá-lo lá não seja a melhor ideia. Segundo especialistas ouvidos pelo E+, a melhor forma de armazenar produtos que não serão consumidos em curto prazo é o congelamento em temperatura o mais próxima possível dos -12ºC.
“Aqueles dois dias na geladeira podem virar uma semana, então, se o consumidor não tiver certeza se vai consumidor logo, vale mais a pena guardar no freezer”, alerta a médica Maria Edna de Melo, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).
A endocrinologista ressalta que o congelamento não impacta significativamente na quantidade de nutrientes dos alimentos e, portanto, não tem desvantagens consideráveis. “A vitamina C oxida em contato com o ar. Mas a perda de vitaminas em geral não é tão significativa. Além disso, os demais nutrientes, como minerais e cálcio, não passam por esse processo”, explica Edna.
Segundo ela, no dia a dia é difícil conseguir preparar comida caseira sempre e, dentro dessa perspectiva, o consumidor precisa ser realista para perceber quais são as possibilidade que se encaixam no tempo que tem. “É uma técnica simples e prática, além de uma alternativa para fugir do consumo de pratos industrializados”, comenta.
A endocrinologista lembra que, no ambiente, os alimentos estão em processo de deterioração e expostos à contaminação, inclusive pelo ar. Além disso, é difícil mensurar quanto tempo frutas, legumes e verduras levaram da colheita até a prateleira da feira ou do mercado.
“Eles não têm rótulo. A forma mais fácil de avaliar se estão adequados é visualmente, ver se as folhas estão murchas, se há alteração na cor ou no cheiro, por exemplo. Por isso, o melhor é comprar alimentos para, no máximo, uma semana”, explica.
Técnicas. Como contêm muita água, frutas e verduras costumam mudar de aspecto após o congelamento. Por isso, a nutricionista Renata Girau, da rede de lojas Oba Hortifruti, indica guardá-las no formato de polpa para serem consumidas como suco ou ingredientes de pratos. “As folhas devem ser batidas no liquidificador com um pouco de água, pois costumam ‘queimar’ quando resfriadas.”
Já no caso dos legumes, ela indica utilizar a técnica do “branqueamento”, que consiste em dar um “choque térmico” no alimento, mergulhando-o primeiramente em água fervente por cerca de cinco minutos e, depois, em líquido gelado, levando-o para o congelador em seguida. “Esse processo forma uma membrana na superfície que protege o alimento”, explica.
Embalagens. A nutricionista indica guardar os alimentos em potes de vidro ou de plástico que possam ser utilizados no micro-ondas, pois o processo de descongelamento na geladeira ou em temperatura ambiente costuma ser mais demorado. É, preciso, no caso do plástico, observar se ele é “bisfenol free”, isto é, que não tenha bisfenol A na composição, substância prejudicial à saúde que é liberada em altas temperaturas.
“Uma boa ideia é congelar polpas em formas de gelo e potinhos com pequenos porções para evitar o desperdício”, indica Renata. Para controlar melhor o estoque, outra ideia é colocar adesivos com data na embalagem.
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