Novembro Laranja: Zumbido no ouvido pode ser sinal de problema mais grave, alerta especialista

Sensação pode ter relação com doenças cardiovasculares e até desvio de coluna; saiba como identificar e tratar

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Foto do author Julia Queiroz

Você já passou tempo em algum lugar com o som alto e, quando retornou, sentiu uma espécie de zumbido no ouvido? De acordo com Maria Branco, fonoaudióloga da Microsom, isso pode ser sinal de um problema mais grave.

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Apesar de grande parte da população brasileira não ter conhecimento sobre a questão, a conscientização a respeito disso tem crescido com a Campanha Nacional de Alerta ao Zumbido, que se popularizou como Novembro Laranja e busca informar sobre os cuidados com a audição.

“O zumbido é um sintoma de algo que está acontecendo, pode ser um distúrbio ou problema escondido. Apesar de estar associado a transtornos no sistema auditivo na maioria dos casos, existem outras causas possíveis”, explica.

Como diz Maria, o zumbido pode ser um indicativo de problemas que não estão diretamente relacionados com a audição, como doenças cardiovasculares, tumores de cabeça e pescoço, distúrbios metabólicos, como diabetes, e até desvio de coluna.

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Quando está relacionado à audição, ele costuma acontecer por conta de um processo de perda auditiva. “Na tentativa de compensar as células auditivas lesionadas, o sistema trabalha de maneira acelerada e como consequência o zumbido pode surgir”, diz a especialista.

Por outro lado, ele também pode ser uma reação do corpo a dores ou tensões musculares. O consumo excessivo de álcool, açúcar, café e outros estimulantes, assim como transtornos de saúde mental, como depressão e ansiedade, também podem provocar o zumbido.

Som alto e uso do constante de fone de ouvido também podem causar o zumbido.  Foto: StockSnap/Pixabay


Como identificar o zumbido?

Antes de considerar a situação preocupante, é preciso entender o que é o zumbido, como identificá-lo e como ele pode indicar algo mais grave.

“A pessoa identifica que escuta um barulho que outras pessoas não estão escutando, normalmente descrevem como um apito, mas existem muitas descrições possíveis: cigarra, abelha, motor, cachoeira, chiado, pulsações”, explica Maria Branco.

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Ao sentir o zumbido, é importante perceber se ele é transitório ou persistente. Caso ele seja recorrente, o ideal é buscar um profissional que possa avaliar se ele é sinal de algum dos problemas mencionados anteriormente.

“É possível realizarmos um exame chamado acufenometria, no qual se investiga as características do zumbido dando ao profissional informações que contribuem para a estratégia terapêutica. Neste exame, o profissional busca identificar as características psicoacústicas do zumbido, ou seja, a frequência e a intensidade que mais se assemelham ao zumbido do paciente”, diz a fonoaudióloga.


Como tratar o zumbido?

Maria Branco explica que o tratamento para o zumbido pode variar muito, já que pode ter muitas causas. “Não existe um tratamento único para todos os tipos de zumbido. É preciso entender o que faz com que esse zumbido aconteça. E a partir daí, o médico vai encaminhar para o tratamento”, diz.

Se a causar estiver relacionada a dores ou tensões musculares, por exemplo, o ideal é conversar com um fisioterapeuta. Caso a origem do problema sejam distúrbios metabólicos, por outro lado, exames de sangue devem ser solicitados.

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Uma última solução, no caso do zumbido que tem relação com a perda da audição, são os aparelhos auditivos. “O aparelho gera um som, que contribui para que o paciente tenha um desvio de atenção e oferece um alívio para o problema”, aponta a médica.


*Estagiária sob supervisão de Charlise Morais

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