O mindfulness está cada dia mais popular. A técnica de atenção plena tem como objetivo alcançar o bem-estar das pessoas, além de ser um tratamento complementar para quem enfrenta problemas psiquiátricos como ansiedade, depressão e dor crônica.
"O estado de mindfulness pode ser definido como um estado mental contrário ao viver desatento, ou sempre muito reativo aos estressores do dia a dia", explica Marcelo Dermazo, coordenador do Centro Mente Aberta - Mindfulness Brasil, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
A prática da atenção plena se relaciona diretamente com a meditação. De acordo com Dermazo, as principais técnicas do mindfulness são exercícios atencionais, nas quais se usa o corpo, a respiração e as sensações corporais. Normalmente, as aulas são em grupos e os encontros, que são semanais, duram dois meses.
O programa original de mindfulness foi criado em 1970 na Universidade de Massachusetts, mas já surgiram novas correntes. "Atualmente, os programas de mindfulness também têm sido aplicados na área educacional, no universo corporativo e junto a atletas de alto desempenho", afirma o especialista.
Um exemplo das diferentes aplicações da técnica de atenção plena é a parceria entre a Unifesp e as polícias civil e militar de São Paulo. Dermazo afirma que o objetivo é que os policiais lidem melhor com o estresse provocado pela profissão, "o que gera melhor qualidade de vida e também um melhor atendimento, mais humanizado, à população". As patentes mais altas são as primeiras a passarem pelo programa, que dura oito semanas.
Os benefícios da prática são tantos que vão além dos problemas crônicos e se estendem a pacientes hipertensos, diabéticos e até pessoas com doenças inflamatórias intestinais. O mindfulness também pode combater o estresse. "A partir do desenvolvimento de nosso estado mental, a partir da prática regular de mindfulness, os benefícios vem naturalmente, como o melhor gerenciamento do estresse cotidiano e das situação que possam levar a quadros de ansiedade, depressão e piora da qualidade de vida", diz Dermazo. Hoje, há mais de 4 mil estudos científicos que comprovam os benefícios de praticar a atenção plena.
Qualquer um pode adotar o mindfulness para sua vida, no entanto, Dermazi indica que é importante que pacientes com algum tipo de condição clínica passem por uma avaliação. Além disso, ele recomenda que os interessados procurem instrutores qualificados.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.