A atriz Isabella Scherer, campeã do MasterChef 2021, contou ter recebido o diagnóstico de pré-eclâmpsia, ou pressão alta na gravidez, e, por isso, ter agendado uma cesárea para dar à luz os filhos Mel e Bento. Os gêmeos, frutos do relacionamento de Isabella com o modelo Rodrigo Calazans, vieram ao mundo na semana passada.
Ela havia programado a alta para o último sábado, 3, mas não pôde ir para casa por conta de um novo "pico de pressão". "Foi mais alto até do que o próprio parto, foi para 18/11", contou a atriz no Instagram.
Apesar de, muitas vezes, não apresentar sintomas, o quadro de Isabella pode trazer sérios riscos à grávida e aos bebês e ser favorecido durante uma gestação de gêmeos.
"A gravidade é quando a paciente tem a eclâmpsia, que é a convulsão", explica o médico Mário Macoto Kondo, coordenador de obstetrícia de alta complexidade do Hospital e Maternidade Santa Joana.
Kondo conta que ainda não se sabe a causa exata da pré-eclâmpsia, mas que vários fatores, como questões ligadas à imunidade da paciente, podem estar ligados ao diagnóstico. O quadro se dá a partir da 20ª semana de gestação.
Como a pré-eclâmpsia é diagnosticada?
A ausência de sintomas em algumas mulheres é o que dificulta o diagnóstico. O médico ressalta que é esse o motivo para que o pré-natal tenha tanta importância durante a gestação.
O ideal, segundo ele, é que o exame seja feito pelo menos uma vez por mês. "A paciente vai fazer a medição da pressão e, assim, vai conseguir detectar algumas alterações", pontua.
Os sintomas se dão de forma "sutil" na maioria das vezes. Kondo explica que os principais são: ganho de peso abrupto, inchaço nas mãos e no rosto, dor de cabeça, alteração visual e falta de ar.
O que fazer após o diagnóstico de pré-eclâmpsia?
Mário Kondo ressalta que o tratamento do quadro depende da gravidade e do período da gravidez. A doença é chamada de pré-eclâmpsia precoce antes da 34ª semana de gestação e de tardia após 34 semanas.
Em muitos casos, a pressão arterial pode ser controlada através da medicação. O principal medicamento administrado para o quadro é o sulfato de magnésio. "É uma proteção para os bebês e para a mulher, ele ajuda, principalmente, na parte neurológica da mãe", explica Kondo.
Conforme o médico, nas formas mais leves, a pré-eclâmpsia pode ser tratada com repouso, uso de medicação hipotensora e avaliação frequente. O ideal é adiar ao máximo o parto para que os bebês não nasçam prematuros.
"A prematuridade é sempre um problema e nós buscamos fazer ajustes e ganhar dias até, pelo menos, a 28ª semana", explica. Porém, casos como o de Isabella, em que os sintomas são mais intensos, podem exigir um parto emergencial.
O pilar mais importante, segundo o médico, é evitar situações que provoquem estresse após o diagnóstico e manter atenção à alimentação. Em muitos casos, a mulher é encaminhada a uma nutricionista para monitorar a questão nutricional.
"A alimentação deve evitar o consumo excessivo de sódio, principalmente de alimentos industrializados e embutidos. A paciente deve buscar sempre relaxar e ela pode até se movimentar, fazendo uma caminhada", orienta Mário Kondo.
*Estagiária sob supervisão de Charlise de Morais
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.