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Saiba quais são as doenças que podem acometer seu animalzinho idoso

Insuficiência renal crônica, cardiopatias, neoplasias, câncer, disfunções cognitivas, doenças endócrinas, entre outras, estão entre as principais em cães e gatos idosos

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Foto do author Jéssica Lopez
Atualização:

Ter um pet, seja cão ou gato, é sempre uma alegria. Eles trazem amor e acolhimento em qualquer ambiente que estejam presentes e cuidar deles faz parte da rotina de um tutor. Entretanto, assim como seus humanos, os bichinhos de estimação também precisam de atenção e acompanhamento especial na velhice, tanto no tratamento de doenças específicas, como com algumas medidas que podem aumentar o bem-estar e a longevidade dos nossos amiguinhos.

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Doenças como insuficiência renal crônica, cardiopatias, neoplasias, câncer, disfunções cognitivas, problemas articulares, doenças endócrinas e moléstias dentárias estão entre as principais em cães e gatos idosos. A médica veterinária Paula Bezerra, especialista em cirurgia de pequenos animais da Clínica Astropets, explica quais modificações podem ocorrer no corpo de um animal idoso. “Com o passar dos anos é comum aparecerem alterações fisiológicas que culminam em danos cerebrais e, consequentemente, no déficit neurológico. Entre essas alterações, podemos mencionar o acúmulo de radicais livres, diminuição na velocidade das sinapses nervosas e de neurotransmissores”.

A veterinária ensina alguns cuidados que os tutores precisam ter com seus animais idosos para evitar ou atenuar sintomas e doenças na velhice. “O declínio cognitivo nos cães é bem comum com a chegada da idade avançada, mas assim como podemos ajudar idosos humanos a não terem deterioração, podemos fazer o mesmo com os cães. Uma boa alimentação fazendo uso de rações super premium, boas vitaminas para pacientes idosos, uma rotina de exercícios adequados para a idade e estímulos mentais são fundamentais para minimizar o aparecimento de alterações cognitivas”, ensina Paula.

O professor do Departamento de Clínica Veterinária da Universidade Estadual Paulista, Unesp, em Botucatu, Rogério Martins Amorim, explica quais tipos de alternações cognitivas se manifestam em cães e gatos. “Quando nós falamos em declínio cognitivo nós podemos dividir em dois tipos. Um que é fisiológico, que é aquele que ocorre naturalmente conforme o envelhecimento dos animais. Ele se manifesta com discretos sinais clínicos, principalmente relacionados a algumas alterações de comportamento, mudança de hábitos de sono e vigília, entre outros. Já o declínio cognitivo patológico é aquele que ocorre precocemente e nós podemos observar na fase inicial do período idoso. O tutor também percebe vários sinais clínicos surgirem gradativamente, porém, esses tendem a se agravar ao longo do tempo”, ensina Rogério.

Para a zootecnista Lorena Targino é importante investir na saúde dos pets, se possível, desde a gestação da mãe e em atividades que estimulem os animais, mesmo os mais idosos. “O que pode ser feito para que esse processo ocorra de maneira natural, assim como promover qualidade de vida e longevidade aos animais, é influenciado desde a fase gestacional, com o fornecimento de alimentos ricos em nutrientes que promovam o melhor desenvolvimento neurológico, tanto para mãe que está gerando, como para os filhotes. Além disso, atividades que estimulem a função cognitiva desses pets, podem ser benéficas até mesmo para aqueles que já apresentam declínio”.

O declínio cognitivo pode afetar cães idosos. Foto: LaurieSH

Como evitar doenças renais em seu gatinho?

Para quem é tutor de gato, uma das principais doenças que afetam os felinos, principalmente quando idosos, é a insuficiência renal. Como é um problema sem causa específica, é importante observar qualquer comportamento estranho em seu gatinho. Lorena Targino ressalta que, para prevenção, é importante os tutores visitarem sempre o médico veterinário. “Devido a doença renal crônica geralmente não apresentar causa específica, o que os tutores podem fazer na tentativa de evitar é visitar periodicamente o médico veterinário para realização de exames de rotina, a fim de reconhecer qualquer alteração por mínima que seja. Além disso, fornecer alimentos balanceados de acordo com o estágio de vida do animal, tendo em vista que as necessidades nutricionais alteram em cada fase, e com a dieta inadequada o tutor pode estar subnutrindo ou sobrecarregando o organismo do seu pet, ocasionando assim danos à saúde em ambos os casos”, ressalta.

A veterinária Paula Bezerra pontua que manter os felinos hidratados pode afastar o perigo de doenças renais. “Aumentar a ingestão hídrica dos gatinhos não é uma tarefa fácil, para estimular mais o consumo de água é recomendável o uso de bebedouro automático, que deixa sempre a água em movimento e, associado a isso, é preferível a oferta de alimentos úmidos, os famosos sachês, pois além de serem alimentos completos, ainda contribuem muito para aumentar a ingestão de água”.

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Aumentar a oferta de ingestão de água e alimentos úmidos evita doenças renais em gatinhos Foto: IStockPhoto

Síndrome da Disfunção Cognitiva

A Síndrome da Disfunção Cognitiva é uma doença neurodegenerativa que acomete cães e gatos idosos e leva à demência. Em comparação com doenças em humanos, a SDC é similar ao Alzheimer. Os sintomas relacionados a essa doença são mudanças de comportamento, agressividade, alterações de sono e da vigília, perda de memória, ansiedade, entre outros. O professor Rogério Amorim explica as alterações que acontecem no cérebro dos pets.

“O animal passa a urinar e defecar em lugares não habituais. Ele perde ou diminui a capacidade de interação com outros animais ou mesmo com os membros da família. Esse processo ocorre devido a degeneração dos neurônios pelo acúmulo de uma substância chamada Beta Amilóide, que é uma proteína encontrada na membrana que envolve as células nervosas. Infelizmente não existe um tratamento eficaz para a doença”, pontua o professor.

Na sequência, o docente da Unesp ensina como atenuar o processo da disfunção cognitiva em cães e gatos e quais medidas devem ser observadas que estimulem tanto atividades físicas quanto cerebrais dos bichinhos. “A utilização de dietas ricas e antioxidantes, exercícios físicos periódicos, o enriquecimento do ambiente que esse animal vive, fazendo com que ele desenvolva novas capacidades cognitivas de aprendizado, associado, em casos mais graves, com a administração de alguns medicamentos antioxidantes para o sistema nervoso central desse animal, propiciam uma menor evolução da doença”.

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Os especialistas afirmam, em consenso, que para aumentar a longevidade de cães e gatos é importante investir numa boa dieta, rica em nutrientes, exercícios físicos regulares e visitas ao médico veterinário. “Para aumentar o bem-estar em cães e gatos idosos é importante o enriquecimento do ambiente, como a introdução de brinquedos tanto para cães, como para gatos, para que eles possam desenvolver atividades cognitivas. Também é necessário uma adequação, no caso de cães, de escadas ou pisos escorregadios para facilitar a locomoção. Para gatos, a instalação de plataformas nas paredes, para que eles possam subir, também são medidas que tendem a melhorar o bem-estar desses animais”, ensina Rogério.

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