Setembro Amarelo: entenda a campanha de prevenção ao suicídio

Ações promovidas no mês buscam conscientizar as pessoas e dar destaque a centros que oferecem ajuda

Foto do author Ludimila Honorato
Isolamento,perda de interesse por atividades de que gostava efrases como 'preferia estar morto'ou 'quero desaparecer'podem indicar necessidade de ajuda. Foto: rebcenter-moscow/Pixabay

O Setembro Amarelo é uma campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio. É neste mês que ações em diferentes esferas sociais buscam promover a saúde mental e dar destaque a centros que oferecem ajuda a quem precisa.

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O mês foi escolhido em razão do Dia Mundial da Prevenção do Suicídio, celebrado todo ano em 10 de setembro. A data é organizada pela Associação Internacional para a Prevenção do Suicídio e tem a Organização Mundial da Saúde (OMS) como copatrocinadora. O objetivo do dia é conscientizar as pessoas ao redor do mundo que o suicídio pode ser evitado.

Em ação desde 2015, o Setembro Amarelo foi criado pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), Conselho Federal de Medicina (CFM) e Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). Durante o mês, monumentos em diferentes cidades também adotam a cor amarela em suas fachadas para dar visibilidade à causa. A cor amarela, segundo o site do CVV, representa a vida, a luz e o sol, simbolismo que reflete a proposta da campanha de preservar a vida.

"Tem crescido o número de pessoas que aderem à campanha e a gente tem tentado fazer mais coisas que envolvam a proposta do Setembro Amarelo", diz Adriana Rizzo, voluntária do CVV, sobre o impacto da campanha ao longo desse tempo.

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Prevenção ao suicídio

Segundo a OMS, mais de 90% dos casos de suicídio estão associados a distúrbios mentais e, portanto, podem ser evitados se as causas forem tratadas corretamente. No Brasil, 32 brasileiros tiram a própria vida por dia, o equivalente a uma pessoa a cada 45 minutos. No mundo, ocorre um suicídio a cada 40 segundos. Por isso, ações preventivas são fundamentais para reverter essa situação.

O CVV aposta na educação e na conversa aberta sobre suicídio. "É preciso perder o medo de se falar sobre o assunto. O caminho é quebrar tabus e compartilhar informações", defende o movimento em seu site.

Segundo o psiquiatra Celso Lopes de Souza, educador e fundador do Programa Semente, já está mais do que comprovado que falar sobre suicídio não agrava a situação. "Muito pelo contrário, pode ajudar a tratar as pessoas que tenham essa intenção", afirma.

A cor amarela tem o simbolismo da vida, da luz e do sol, o que reflete o propósito da campanha de preservação da vida humana. Foto: Hans/Pixabay

"Às vezes, tem momentos que a pessoa fica triste, passa por dificuldade e não consegue se curar sozinha. Sabendo que tem apoio da família ou dos amigos, já começa a buscar um caminho", diz Adriana. A voluntária indica que incentivar as pessoas que precisam de ajuda é outra forma de prevenir o suicídio. "Às vezes, a pessoa acha que está acontecendo só com ela, não conversa, não se informa e acaba ficando isolada, acha que não tem saída nem solução. À medida que fala, ela se interessa de alguma maneira e também ajuda umas as outras", afirma.

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Souza diferencia os indivíduos que têm pensamentos de morte dos que possuem ideação suicida. "O pensamento de morte é mais comum. A pessoa pensa 'eu poderia morrer' ou 'eu queria morrer'. A ideação do suicídio é mais grave, em que a pessoa pensa 'eu quero me matar'", explica. Ele indica que aqueles com ideação suicida vivem três 'is': sentem que a dor é impossível, insuportável e interminável.

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O suicídio, segundo o CVV, é um ato de comunicação. "Quem se mata, na realidade tenta se livrar da dor, do sofrimento, que de tão imenso, parece insuportável", diz a organização. Ao falar abertamente sobre o assunto, a pessoa com ideação suicida e quem estiver ao redor dela podem perceber os sinais e saber que existem serviços de ajuda.

Segundo a voluntária do CVV, isolamento e deixar de fazer algo de que gostava muito são alguns dos sinais que indicam que uma pessoa precisa de ajuda e pode estar com ideação suicida. Outros exemplos são: descuido com aparência, piora do desempenho na escola ou no trabalho, alterações no sono e no apetite, frases como "preferia estar morto" ou "quero desaparecer".

Busque ajuda

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No Brasil, o CVV oferece atendimento voluntário e gratuito 24 horas por dia a quem está com pensamentos suicidas ou enfrenta outros problemas.

"Mesmo que você não tenha certeza de que precisa de nossa ajuda, não tenha receios em entrar em contato com a gente. Um de nossos voluntários estará à sua disposição", explica a equipe do site.

A organização, uma das mais antigas do País, atua no apoio emocional e na prevenção do suicídio por meio do telefone 188 e também por chat, e-mail e pessoalmente. Confira as opções aqui.

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