Que tal um tradicional arroz com passas? E a maionese que mistura a seleta de legumes com o adocicado da frutinha? E no panetone, então, a versão clássica não permite a ausência deste produto. A banalização no uso do alimento em diversos pratos fez com que ele fosse considerado o 'vilão' das ceias.
Mas o que muita gente não sabe é que a uva passa tem um potencial antioxidante e anti-inflamatório importante, como explica a nutricionista Layanne Nascimento Fraga, mestre em Ciência da Nutrição e doutoranda em Ciência dos Alimentos da Universidade de São Paulo (USP).
"Ela atua ainda na redução da ocorrência de doenças cardiovasculares, do câncer colorretal, da osteoporose e da diabete tipo 2, na redução do colesterol total e colesterol LDL, e atua ainda melhorando o trânsito intestinal e sintomas da menopausa", enumera.
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No Natal e no réveillon, a uva passa é motivo de piada durante as festas de fim de ano. Confira algumas brincadeiras de internautas no Twitter:
Vale destacar que os benefícios para a saúde que a uva passa proporciona são atribuídos à presença dos compostos bioativos neste fruto, como os fitoesteróis, ácidos fenólicos, flavonoides e antocianinas. Além disso, o alimento seco possui maior quantidade de fibras, potássio, magnésio, cálcio, assim como maior valor calórico total, quando comparado ao fruto fresco.
Salada de grão de bico, nozes, uvas passas e hortelã.
"A título de desmistificar que esse fruto tem muito açúcar e pode fazer 'mal', é importante sabermos que mesmo tendo a concentração maior de carboidratos (açúcares da fruta) na uva passa em comparação com a fruta fresca, de acordo com o Serviço de Pesquisa do Índice Glicêmico da Universidade de Sydney (SUGiRS), a uva passa apresenta índice glicêmico moderado", esclarece Layanne.
Assim, a nutricionista acrescenta, a uva passa apresenta uma boa resposta glicêmica comparável à das frutas frescas.
Qual a quantidade de uva passa recomendada para consumo?
Não existe uma recomendação específica que sirva de base para todos os grupos populacionais, como explica a nutricionista.
"Os estudos de intervenção até então foram realizados com consumo diário que varia de 20 gramas por dia, ou uma colher de sopa, a 120 gramas por dia, ou o equivalente a cinco colheres de sopa. Aproximadamente de 30 a 40 gramas, ou entre uma e duas colheres de sopa rasa, seria o equivalente à recomendação para frutas frescas", aconselha a especialista.
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