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Direitos da criança e do adolescente

"Cultura popular é arte atemporal e matéria-prima para uma formação educativa", diz artista que incentiva brincadeiras em show

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Foto do author Bruna Ribeiro
Crédito: Divulgação  

Ana Maria Carvalho se define como uma atriz, cantora, compositora, educadora, pesquisadora, costureira, bordadeira e brincante. Maranhense de Cururupu, terra do Bumba Boi, do Tambor de Crioula e do Cacuriá, Ana Maria acredita que essa grande mistura de saberes da cultura popular é arte atemporal. É matéria-prima para uma formação educativa e cultural que valorize os saberes de mestres e mestras e a arte brincante.

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Radicada em São José dos Campos há 20 anos, a maranhense circulará por sete cidades paulistas, a partir de 20 de setembro, com o projeto Cantigas do Tempo. A iniciativa traz hows e oficinas de brincadeiras populares e danças brasileiras, a partir de músicas aprendidas na infância, composições próprias, poemas musicados, letras combinadas a gêneros e ritmos como sambas, bumba boi, forrós e cantigas tradicionais.

A ideia é aproximar adultos e crianças das tradições populares brasileiras e do valor artístico e educativo que elas podem oferecer. O Blog conversou com a artista a respeito da importancia do brincar. Confira trechos da entrevista:

Como surgiu a ideia de montar o espetáculo?

Ana Maria Carvalho: Foram músicas que eu colhi e compus ao longo do tempo. Como lembra o nome Cantigas do Tempo, chegou o tempo do show ser mostrado para o mundo. É um espetáculo que estimula a arte do brincar.  A cultura popular brasileira tem esse caráter de brincadeira. Nos meus shows, mesmo quando não são preparados especificamente para crianças, elas se envolvem e se divertem.

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O Cantigas do Tempo, no entanto, foca na infância, trazendo memórias pontuais, como olhar para o Universo e observar uma flor, ouvindo música ao mesmo tempo. A proposta não somente do brincar, mas o brincar da vida. Esse movimento que a vida nos propõe de estar em espaços diferentes, em sintonia com o Universo, com o todo e com o outro.

O que é brincadeira para a senhora?

Ana Maria Carvalho: A cultura popular é brincante. Nós somos brincantes. Nosso trabalho é brincar. O foco do meu trabalho é de 6 a 106 anos. Ele abrange todas as idades. Se alguém for ao meu show vai ver criança de 3 anos brincando e adulto de 80 anos brincando.

Com 72 anos, talvez eu já deveria ter parado de trabalhar, mas eu sinto uma necessidade muito grande de manter esse trabalho com a arte nas escolas, faculdades, parques e espaços culturais. Há uma carência muito grande de brincadeira.

Quando encontro as crianças, sinto uma força muito grande e entendo que não posso parar. Hoje as crianças estão muito envolvidas com o celular, com o tablet e com a televisão. O lúdico está se perdendo, principalmente entre os adultos, porque a referência da criança é o adulto. A gente tem de se manter firme. O brincar é sagrado.

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Qual é a relação entre o brincar e a educação?

Ana Maria Carvalho: Eu gosto de ministrar oficinas para educadores, porque eles recebem e devolvem para a criança. É diferente de realizar uma oficina para a criança, enquanto o próprio professor está com o celular na mão e não contribue.

Quando trabalho com um grupo de educadores, a minha meta é promover a cultura popular e a brincadeira lúdica, principalmente entre os adulto que podem reproduzir as atividades com as crianças. Gosto também de realizar oficinas de avós e pais, com os filhos.  Os adultos precisam brincar. Brincar é vida, saúde, força e alegria.

Programação

A primeira oficina e espetáculo acontecem nos dias 20 e 21 de setembro em Cananeia, no litoral sul do estado. As apresentações seguem em Campinas (27/09); na capital, no Centro Cultural São Paulo, (28/09); em Ubatuba, (12/10), São Luís do Paraitinga (25/10) e São José dos Campos (17/11). Os espetáculos terão acessibilidade em libras e equipe de acolhimento para famílias neuro atípicas. Em São Paulo também haverá acessibilidade em audiodescrição.

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