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Direitos da criança e do adolescente

Esporte une indivíduos e grupos em esforços pelo desenvolvimento

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Foto do author Bruna Ribeiro
 Foto: Caravana dos Esportes e da Arte 5.

O destaque das mulheres negras nos Jogos Olímpicos de Paris visibilizou um debate que sempre foi urgente: o investimento nos esportes como um esforço pelo desenvolvimento. A Organização das Nações Unidas (ONU) reconhece o poder e a universalidade do esporte, entendendo que a prática une indivíduos e grupos.

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"Devido ao seu vasto alcance, popularidade inigualável e base de valores positivos, o esporte está muito bem-posicionado para contribuir para os objetivos das Nações Unidas para o desenvolvimento e a paz", declarou a ONU no dia 6 de abril, Dia Internacional do Esporte para o Desenvolvimento e a Paz.

A data reforça o crescente reconhecimento da influência positiva que o esporte pode ter no avanço dos direitos humanos e no desenvolvimento social e econômico.

Equidade de gênero

De 277 atletas representando o Brasil nas Olimpíadas, 153 eram mulheres. Ou seja, 55% do time. Esse número é oito pontos percentuais maior que nos Jogos de Tóquio, realizados em 2021.

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Segundo Ana Nery Lima, Especialista em Gênero e Inclusão da Plan International Brasil, essa paridade entre gêneros reforça a importância de olharmos com mais atenção para os direitos de meninas e mulheres e cobrarmos avanços nas políticas e iniciativas voltadas para esse público.

"Barreiras como as de gênero, raça e etnia, territorialidade, entre outras, não devem ser um empecilho para que grupos minorizados estejam em ambientes de poder e acessem direitos e oportunidades dignas. Garantir acesso e possibilidades para que meninas e mulheres estejam em todos os espaços que quiserem é de fundamental importância para acelerarmos o relógio da igualdade de gênero e construirmos uma sociedade com mais justiça social", disse.

Ainda segundo a Plan International, diante desse cenário e com foco em acelerar o relógio da igualdade, o esporte é uma ferramenta importante para trabalhar diversas questões, como o combate ao casamento infantil e a prevenção à gravidez não intencional na adolescência.

Equidade racial

Para Daniel Bento Teixeira, diretor-executivo do CEERT, o lugar do esporte é um lugar de interação e aprendizado mútuo, quebrando preconceitos de forma orgânica por meio da própria vivência. "Quando se une isso à educação, o cenário melhora. A Bolsa Atleta ocupa um lugar importante relacionado à questão financeira em certa medida. Muitos atletas falaram sobre isso, mas ainda assim é preciso mais ambição. É preciso ampliar a política e conectá-la com a educação", disse Daniel.

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"Considerando o alto número de medalhas conquistadas por mulheres, sendo muitas delas mulheres negras, é fundamental reafirmar o lugar de se ver possível. Essa é a marca - o lugar do espelho, a partir de figuras de referência. Durante os jogos, vimos Rebeca Andrade ser ovacionada e admirada por uma figura como Simone Biles e outras atletas. Vimos Viola Daves exaltar a atleta brasileira pelo ouro no solo da ginástica. Tais cenas dizem para as meninas negras que é possível encontrar sucesso em suas escolhas - não somente no esporte, mas em muitas coisas na vida. O lugar de se ver possível que transcende o esporte é o que importa", completou Daniel.

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