As suculentas são plantas conhecidas por sua fácil manutenção e por serem agradáveis para iniciantes no mundo da jardinagem. Os espécimes podem variar em tamanho, formato e cor, mas especialmente nos cuidados, que, apesar de serem poucos, podem afetar gravemente no desenvolvimento das plantas do seu jardim.
A utilização de uma adubação mediada, vaso de tamanho adequado e quantidade de água e sol ideais são determinantes para que as suas suculentas parem de morrer. Para isso, é importante ficar atento nas dicas, que variam de espécie para espécie, mas seguem sempre algumas regras da jardinagem.
A especialista em jardinagem e em gestão ambiental Letícia da Silva Balbueno, que também é dona da Vibra Plants, empresa de cursos, manutenção e consultoria em jardinagem, relata os primeiros passos a serem tomados com os espécimes para garantir a vitalidade e a saúde da planta.
Quais são os primeiros passos para começar com as suculentas? Do que preciso?
Para quem está começando, é muito importante entender que as suculentas possuem essa denominação exatamente por armazenar água dentro das folhas, mas que variam muito nos cuidados. Letícia explica que existem espécimes que preferem sol e outros que preferem sombra, algo que deve ser observado de acordo com o exemplar a ser adquirido.
Ela exemplifica algumas das suculentas mais encontradas: “As suculentas de sol geralmente têm o formato de uma roseta e são encontradas pra vender em vasos pequenos. Também existem suculentas pequenas em formato de roseta que gostam de sombra, mas são bem menos comuns”.
Um exemplo de suculenta de sombra é a famosa Zamioculca, que aparenta ter folhagem comum, mas faz parte da categoria.
Quantas vezes tenho que molhar a suculenta na semana?
Quanto à rega, Letícia adverte que pensar no assunto de maneira fechada é um dos erros mais comuns. “O ideal é que você verifique o substrato da sua suculenta. Ele precisa estar completamente seco antes de ser regado novamente”.
Portanto, é sempre essencial observar o solo, já que o substrato pode secar mais rapidamente a depender do clima, da luminosidade e até do material escolhido na composição do solo. É importante apenas regar a suculenta quando o substrato estiver completamente seco.
Sobre a quantidade de água, a especialista também dá dicas: caso o seu vaso tenha furos e o substrato seja composto por materiais drenáveis, o ideal é regar a planta até que a água escorra pelo fundo. Para substratos com partículas menores, é melhor regar com menos água para evitar o apodrecimento das raízes.
Qual o melhor lugar para colocar suculentas? São plantas que necessitam de muito sol?
Mesmo com as variações entre as espécies, a especialista explica que os exemplares mais comuns necessitam de, no mínimo, 5 horas de sol sob a folhagem por dia.
Letícia menciona também o melhor posicionamento para as plantas: “escolha janelas com a face para o leste, oeste ou norte. Para apartamentos quem possuam a face para o sul, opte por suculentas de sombra e deixe-as o mais perto possível da janela”, diz.
“Quanto mais pra dentro de casa, mais debilitadas as suculentas ficam. O lugar delas é o mais próximo possível da janela”, completa a jardineira.
Como cuidar das suculentas dentro de casa? Elas precisam de podas constantes ou cuidados específicos?
As suculentas de sol são plantas que descartam com frequência as folhas mais velhas, localizadas na base da planta. Portanto, a manutenção deve se basear em remover as folhas secas. Além disso, o tamanho do vaso deve ser reajustado a cada seis meses, sendo possível também a separação das mudas.
A especialista explica que os espécimes não necessitam de podas, mas que podem apresentar falta de folhagens no inferior quando mais velhas: “Quando esse momento chegar, deve-se cortar [a planta] e replantar a parte superior cortada. A parte de baixo que ficou sem folhas rebrotará”, complementa ela.
Quais são os melhores vasos para as suculentas? Como devo adubar minha suculenta?
As suculentas não são exigentes com adubação e aguentam seis meses sem adubos. Porém, o recomendado é utilizar um específico para as plantas, com dois ou três meses de espaçamento.
Para os vasos, a maior recomendação é que ele tenha furos para evitar o apodrecimento das raízes. Letícia adverte para que não sejam utilizadas tigelas ou vidros.
Quais são os maiores sinais de adoecimento das suculentas?
Quando o exemplar recebe pouco sol, ele se estica em direção à luz, com maior espaçamento entre as folhas, mas com um crescimento muito rápido. Esse comportamento é chamado de “estiolamento”, que é quando a planta cresce descontroladamente, pedindo por claridade, segundo Letícia.
Também é importante não colocar as suculentas no banheiro: são um “prato cheio” para a morte de plantas do gênero.
Porém, sol demais também faz mal: as características a serem observadas nesse caso é a mudança na coloração das plantas, que se tornam avermelhadas ou com manchas brancas, com uma aparência de queimadura.
Sobre a falta de água, Letícia fala que é importante pensar sobre as últimas regas, pois os sintomas para a “sede” e para o apodrecimento das raízes são similares. “Avalie o substrato. Se a suculenta está enrugada e desbotada, mas o solo está úmido, ela está apodrecendo. Se a suculenta está enrugada e o solo está seco, ela está com sede”, finaliza.
Por último, é importante prestar atenção na deficiência nutricional, que pode ter não só sintomas variados mas também motivos diferentes, como mudanças na coloração e deformação dos brotos, por exemplo, o que torna a análise mais complexa. Ela recomenda a adubação periódica, que pode sanar possíveis problemas com os nutrientes para as suculentas.
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* Estagiária sob supervisão de Charlise Morais.
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