A alma do produto

Em visita ao Brasil, fundadora da marca Paola Lenti discute as razões que determinam o sucesso global de seus produtos

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A empresária Paola Lenti, fundadora da grife que leva o seu nome Foto: Sergio Chimenti

Fundada em 1994, em Milão, a marca Paola Lenti, que leva o nome de sua proprietária, atingiu, em menos de três décadas uma posição de raro protagonismo no cenário global. Um feito, por si só, já digno de nota, principalmente levando-se em conta um mercado tão fechado quanto o italiano, onde não são poucas as empresas que somam quase um século de existência. 

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Presentes em mais de 60 países, as criações da grife desembarcaram no Brasil na quinta-feira, 7, tendo como cenário a loja Casual Exteriores, na Alameda Gabriel Monteiro da Silva, que teve dez de seus espaços redecorados pela própria Paola para a ocasião. 

“As cores formam a base do nosso trabalho. Mas, acredito o sucesso de nossos produtos deve ser creditado também a nossa permanente busca por um equilíbrio entre o artesanal e o tecnológico”, como afirmou nesta entrevista exclusiva ao Casa.

Poltrona com almofadas Orbitry, de corda trançada, um dos projetos de Victor Carrasco Foto: Sergio Chimenti

O que define um produto Paola Lenti?

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Eu diria que materiais, técnicas de processamento e cores. Qual deles é predominante? Isso depende do produto. Normalmente, começamos por explorar novas tecnologias. De fato, é muito importante que possamos garantir continuidade, alto desempenho e sustentabilidade. Em seguida, tratamos o material com técnicas manuais e artesanais, o que nos permite transferir uma alma para o produto, em função da paixão e da habilidade manual daqueles que o teceram ou o costuraram. Às vezes, como no caso de um tapete ou de uma cadeira de tecido, a habilidade manual é o quesito predominante. Em outros, a parte tecnológica fica mais evidente. As cores são o último passo. De qualquer forma, podemos dizer que produto Paola Lenti é o resultado de todos esses aspectos.

Mesa Sciara, de Marella Ferrera, com tampo feito de ladrilhos e pedras vulcânicas Foto: Sergio Chimenti

Apesar de relativamente nova, sua empresa tem uma identidade muito forte e definida. Quando a senhora começou, tinha ideia de que chegaria a esse estágio em tão pouco tempo?

Certamente, não. No entanto, penso que as coisas não acontecem por acaso: compromisso contínuo, conhecer as pessoas certas, aprender com quem sabe mais. Olhar as coisas a partir de pontos de vista incomuns, para depois elaborar o que aprendemos dentro de nossos próprios parâmetros, também pode levar a resultados inesperados, como foi o nosso caso.

Amable, com estrutura de polietileno moldado Foto: Sergio Chimenti

A cor é fator chave para a marca. Ao mesmo tempo, ela depende muito das características de cada superfície. Como vocês lidam com essa questão?

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Nossa abordagem ao produto é bastante particular. Na maioria dos casos, partimos do material. Uma vez definido e pronto, em termos de sustentabilidade, resistência e aparência estética, é a vez do designer que projetar o produto que melhor exaltará as características desse material, seja uma corda, uma fita, ou um tecido. Nesse ponto, experimentamos qual é a melhor solução para revestir um produto, com qual tecido e com qual textura. Como eu disse, é apenas no final que aplicamos, de fato, cores. Em nossos lançamentos, sugerimos diversas composições, mas nossa ampla gama de tons, que inclui todos os nossos tecidos e materiais, permite que qualquer pessoa faça suas próprias escolhas.

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