Faça de seu jardim um território seguro para os cachorros

Escolher as plantas certas deixa espaço seguro para os cães e garante tranquilidade aos donos

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Jardim projetado por Gilberto Elkis em casa em Alphaville Foto: Zeca Wittner/Estadão

Bebel e Duda são as principais frequentadoras do jardim desta casa em Alphaville. Da raça golden retriever, a dupla tem livre acesso à ampla área verde – participam das brincadeiras com bola das crianças, correm e se jogam pelos canteiros. Quando foi convidado para criar o paisagismo da casa, Gilberto Elkis já tinha em mente que a área externa teria de agradar não só aos proprietários, que queriam um jardim para contemplar, mas também aos cães, que precisavam de um espaço seguro e agradável. “Em um jardim que tem cachorros grandes como esses é imprescindível ter área livre e com grama, coisa que eles adoram”, diz Elkis. O paisagista aproveitou que o terreno é recortado para criar vários pequenos ambientes, com espaços vazios entre eles. Como a casa do vizinho é bastante alta, um apoio mais alto que o muro foi instalado para abrigar a tumbérgia, planta de folhagem densa e flores roxas. “As outras espécies vieram para complementar as escolhas principais, que resolviam as duas questões pontuais do projeto: a de ter privacidade e espaço livre”, explica. Em um dos cantos, ele criou uma horta em vasos de diferentes tamanhos, perto da viçosa jabuticabeira, que é cercada por um banco de madeira. Para onde se olha, há touceiras de capim-do-texas, planta preferida de Bebel e Duda. “É preciso pensar que os cachorros vão interagir intensamente com o jardim. Se você não quer que eles estraguem as plantas, isole algumas áreas e deixe espaços só com grama para eles”, aconselha Elkis.

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Quem tem cachorro ou gato em casa e está prestes a criar um jardim, deve, antes de mais nada, procurar saber se as plantas escolhidas são seguras para eles. Tendo como objetivo identificar as espécies mais relacionadas aos casos de intoxicação de animais domésticos, alunos da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da USP fizeram um trabalho que mostra que o perigo está em tipos bastante comuns de flores e folhagens. “As pessoas desconhecem que uma planta pode até matar seu animal. E a história de que eles procuram comer grama ou folhas só quando estão doentes é um mito, eles são exploradores e, como as crianças, colocam coisas na boca e comem”, afirma Silvana Lima Gorniak, veterinária e professora que comandou a pesquisa. Para a especialista, um jardim amigo do cachorro é aquele que, além de espaço para brincadeiras, tem grama e árvores frutíferas. Hortas também não oferecem riscos. “De resto, pesquise e consulte antes um especialista. Os sintomas de intoxicação são vômito, diarreia e alterações de comportamento”, alerta Silvana. Fruto do trabalho da faculdade, um folheto com informações sobre os riscos da ingestão de algumas das plantas mais comuns nos jardins de São Paulo será distribuído a partir de julho em clínicas veterinárias e pet shops (mais informações no box abaixo).

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A veterinária do Hospital Veterinário Sena Madureira Fernanda Fragata diz que ter uma área verde pode trazer muitos benefícios para o cachorro, principalmente se ele for de porte grande. “Eles gostam muito de correr e brincar e isso diminui o surgimento de problemas como obesidade e ansiedade. Lembre-se de deixar folhas pontiagudas longe da altura dos olhos deles”, diz Fernanda.  Para que a relação do seu mascote com o jardim seja saudável – e garantir sua tranquilidade –, escolha as plantas certas, assim não será necessário monitorar o tempo todo como ele usa o espaço. “Os cachorros mordem a planta, cavam a terra, não existe fórmula para evitar isso. Tenha um espaço seguro, deixe-o livre, e aproveite com ele”, diz a veterinária.

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Confira na nossa galeria algumas plantas perigosas para os cães

Um quintal nas alturas

Ter um jardim para seu cachorro brincar não precisa ser privilégio exclusivo de quem mora em casa. Um apartamento com varanda, com bom planejamento, pode abrigar um pequeno jardim. Com projeto assinado pela paisagista Ivani Kubo, esta varanda de 18 m² em Higienópolis, tem jabuticabeira, pitangueira, fícus, buxinho e bambu mossô em vasos. Os quatro poodles moradores do apartamento são presença certa ali. “Nesses casos, faço na varanda o que faria em um jardim de casa: crio caminhos com pedrisco e planto grama, claro, eles adoram”, diz Ivani. Para que a grama não traga problemas de infiltração, a paisagista explica que é essencial ter uma camada de manta, argila e um ralo para escoar a água da rega, que deve ser manual, para não molhar os cachorros. Ao menos quatro horas de sol por dia são necessárias para que o verde fique sempre bonito. As árvores frutíferas, que não oferecem riscos aos cachorros, vão bem em vasos menores, para que não atinjam proporções muito grandes e causem problemas à estrutura da varanda.

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