Trabalhos do artista plástico Norberto Nicola (1930-2007) foram reunidos para uma exposição na loja e galeria paulistana Passado Composto Século XX (Alameda Lorena, 1.996). Há quadros e estudos, além de uma espreguiçadeira e um tapete, mas o destaque é a tapeçaria de formas esculturais produzida a partir da década de 60.
As peças de lã feitas em tear manual na casa-ateliê do artista, integrantes do acervo da Passado Composto ou obtidas com colecionadores, impressionam pela forma orgânica. “São quadros vivos”, afirma Graça Bueno, a curadora da mostra, admiradora confessa da tapeçaria nacional. “Meu encantamento nasceu há muito tempo. Queremos resgatar a memória da tapeçaria nacional, que já foi muito bem considerada como arte, tanto que está em museus pelo mundo.” Em 2012, ela já havia organizado a mostra Artistas da Tapeçaria Moderna, e lançado um livro homônimo, com trabalhos de Genaro de Carvalho, considerado o pioneiro da tapeçaria nacional, Jacques Douchez e Jean Gillon.
De origem italiana, Nicola tem muito do Brasil em suas peças, diz Graça. “Ele soube dar importância à arte indígena em seu trabalho.” A exposição Nas Tramas de Nicola pode ser visitada até agosto, das 10 às 19h, de segunda à sexta, e das 10 às 15h, aos sábados.
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