Lagos, repletos de peixes, compõem os jardins de Ricardo Caporossi

Paisagista aquático comenta suas criações e projetos

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Lago integrado ao paisagismo de casa de veraneio. Projeto de Caporossi Foto: MARCO ANTÕNIO

Sua tese de conclusão do curso de veterinária versou sobre aquarismo. “Lembro que fui o único entre meus colegas que se interessou pelo tema”, conta o hoje paisagista aquático, Ricardo Caporossi, da Genesis Ecossistemas. Em suas próprias palavras, um profissional responsável pelo projeto, distribuição e plantio de vegetais aquáticos, bem como pela configuração das margens de rios, lagos e demais ambientes aquáticos. “Em termos de paisagismo, me considero um autodidata. Minha formação vem das minhas viagens, experiências e do muito que eu li”, conta ele, que desde seu primeiro projeto já resolveu incorporar um lago ao desenho de um jardim. “ Deu tão certo que, para minha alegria, desde então, passei a ser procurado exclusivamente para isso”, como afirmou o profissional nesta entrevista ao Casa.

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Desde quando você se interesse por jardins, lagos e, principalmente, peixes? Quando criança, em vez de ficar correndo e brincando, eu passava a maior parte do tempo pescando e observando a natureza. Meus pais sempre me incentivaram nessa direção e me deram a oportunidades de viajar a conhecer novos lugares, onde, invariavelmente, eu me concentrava nos detalhes contidos nos jardins que visitava. Mais tarde, decidi cursar medicina veterinária, mas sempre tendo em mente a ideia de construir lagos povoados por peixes.

Como se dá, em linhas gerais, a criação de um ecossistema do gênero? O processo construtivo de um lago compreende escavação, instalação da proteção mecânica, da manta impermeabilizante, de outra camada de proteção mecânica e do sistema de filtragem. Só depois entra a ornamentação. O que, no meu caso, procura reproduzir ao máximo as condições da natureza, incluindo a escolha dos peixes. Nesse sentido, sempre que possível, gosto de trabalhar com as carpas japonesas, da variedade nishikigois. Elas agregam não só cor e beleza, mas também movimento às águas. 

Como a preocupação com a sustentabilidade está presente no seu trabalho? A simples existência do ambiente aquático, por si só, já aumenta as condições de umidade dos locais onde ele está inserido, diminuindo a necessidade de regas das plantas que se situam a seu redor. Além disso, a lâmina de água também pode funcionar como um captador de águas pluviais, que pode ser armazenada em uma cisterna. Já em termos de impacto ambiental, diria que ele é mínimo, uma vez que as obras de implantação costumam ser bem rápidas.

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