Morre o arquiteto e designer Jorge Zalszupin

Design brasileiro – e a própria paisagem de São Paulo – não seriam os mesmos sem a atuação do profssional morto nesta segunda-feira, no Rio de Janeiro

O designer Jorge Zalszupin, morto, aos 98 anos, na madrugada desta segunda, 17, de agosto Foto: Zeca Wittner

Não soa exagerado afirmar que o design brasileiro de mobiliário – nem a própria paisagem da cidade de São Paulo – , seriam os mesmos sem a atuação, entre nós, do arquiteto e designer Jorge Zalszupin, morto na madrugada desta segunda-feira, 17, aos 98 anos, no Rio de Janeiro. Confirmada por sua filha, Veronica nas redes sociais, o motivo da morte não foi divulgado.

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Nascido em Varsóvia em 1922, Zalszupin deixou a Polônia diante da ameaça nazista e se refugiou-se na Romênia, onde concluiu seus estudos de Arquitetura, até que decidiu imigrar para o Brasil, em 1949, onde, depois de uma breve estadia no Rio, então capital federal, resolveu se estabelecer em São Paulo. 

Tendo como sócio José Gugliota, na primeira metade dos anos 1950, Zalszupin abre seu escritório de arquitetura na cidade e, após cansar-se de projetar móveis exclusivos para mobiliar as residências de seus clientes, decidiu associar-se a um grupo de marceneiros e fundou a fábrica de móveis l'Atelier, responsável por um produção revolucionária para a época. 

Móveis de base artesanal,  tendo com matérias-primas madeiras brasileiras como o jacarandá e linhas que remetiam à arquitetura escultural projetada por Oscar Niemeyer em Brasília. Caso, por exemplo, de seu clássico carrinho de chá e a da cadeira Dinamarquesa.

“A leveza transmitida pelos móveis dele não tinham  paralelo no cenário brasileiro da época e permanecem ainda hoje como seu grande legado para as gerações futuras”, afirma a curadora e proprietária da Passado Composto, Graça Bueno, galeria de design paulistana que tem em seu catálogo diversas criações originais do profissional. 

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A crise financeira dos anos 1980 afetou os negócios relacionados ao design de mobiliário de Zalszupin e, a partir de então, ele passou a se dedicar exclusivamente a à arquitetura, atividade que nunca abandonou até o final de sua vida. Em São Paulo, apenas na avenida Paulista, levam sua assinatura os edifícios dos bancos Sumitomo 2 e Mercantil, além da fachada original do Shopping Ibirapuera.

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