De acordo com a Organis, Associação de Promoção dos Orgânicos, em 2020, com a explosão da pandemia, o mercado de produtos orgânicos cresceu mais de 30% no Brasil, em relação ao ano anterior, movimentando cerca de R$5,8 bilhões. A estimativa para 2023 é de que o setor supere a marca de R$7 bilhões.
A busca por saúde, a preocupação com o meio ambiente, o aumento da oferta e a diminuição no custo dos produtos, em relação aos convencionais, têm colaborado com este aumento. Fundada em fevereiro de 2022, a foodtech de compra programada de alimentos orgânicos, Diferente, tem como lema "não julgue pela casca" e busca dar um novo destino a alimentos que seriam descartados por serem considerados "fora do padrão".
Combate ao desperdício de alimentos
Segundo o CMO da empresa, Saulo Marti, "Quando nos deparamos com o dado da OMS de que 30% da comida é desperdiçada entre a colheita e a venda nos mercados tradicionais, percebemos que havia uma oportunidade de combater o desperdício de alimentos e, também, impulsionar toda a cadeia de produção agrícola e o consumo de alimentação saudável. Além disso, que fundamento tem forçarmos os alimentos a terem um padrão estético? Especialmente, se considerarmos que estes vegetais vão ser processados de alguma maneira antes de serem consumidos, seja picados, refogados, cozidos, etc. No final, estamos falando de comida de qualidade e ótima para consumo que acabavam na lata do lixo pela aparência, enquanto milhares de pessoas no Brasil e no mundo não têm o que comer". Os alimentos considerados "imperfeitos" representam de 20% a 50% das cestas.
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Preocupação sócio-ambiental
Pensando no meio ambiente, a Diferente adotou entregas por meio de tuk-tuks em diversas rotas, veículos que poupam emissão de CO2 e tornam o serviço mais sustentável. No mês de abril foram percorridos mais de 2.078km a partir desse modelo, o que economizou um saldo de 3.324kg de CO2 na atmosfera. Caso a empresa tivesse rodado esse montante com veículos abastecidos a gasolina convencional, teria que plantar aproximadamente 33 árvores para compensar.
A startup apoia pouco mais de 200 produtores de sua rede de fornecimento na certificação orgânica e no planejamento do plantio. Para este ano, o CEO explica que o trabalho será ampliado para a formação de novas lavouras orgânicas e sustentáveis pelo País. "Vamos levar equipes técnicas para apoiar e incentivar os produtores no manejo das culturas. Com isso, iremos conseguir auxiliá-los no trabalho de conversão de sistemas convencionais para orgânicos", completa Eduardo Petrelli.
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Inteligência artificial a serviço da saúde
A empresa utiliza inteligência artificial para montar as cestas. O sistema verifica a disponibilidade dos produtores rurais e dos produtores orgânicos e analisa as preferências dos clientes, de acordo com o que eles sinalizaram. Também verifica as sugestões da Organização Mundial da Saúde, OMS, a respeito do consumo de frutas, verduras e legumes. Conforme o cliente avalia as cestas que recebe, dizendo o que gostou e o que não gostou, as combinações vão sendo aprimoradas.
Como funciona?
Os pedidos são feitos no site da empresa: a Cesta Essencial, com dez porções de frutas, verduras e legumes, custa a partir de R$ 70,00. A Cesta Vida Saudável, com 11 porções de FLV, ovos e cogumelos, fica a partir de R$ 113,89 e a Cesta Abundante, com 16 porções de FLV, ovos e cogumelos, a partir de R$ 140,89.
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