É muito difícil aceitar que nossos pequenos já não são crianças. Muito pelo contrário, estão envelhecendo e os sinais começam a aparecer. Normalmente, o motivo que leva um cão a perder a visão aos poucos é a catarata. Da mesma forma que nos humanos, o cristalino dos pets ("lente" que fica atrás da pupila) começa a ficar opaco. Percebemos isso quando vemos os olhos ficando mais esbranquiçados ou azulados.
Nem todos os animais idosos terão problemas de visão. Tudo vai depender da genética e história de vida do pet. No caso da Aurora, minha cachorrinha, não foi pela catarata, mas por uma úlcera, que evoluiu para um processo infeccioso. Ela perdeu 100% da visão de um dos olhos, no meio da nossa mudança de apartamento.
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Se a adaptação em uma nova casa pode ser difícil para qualquer animal, imagina para alguém que acabou de perder a visão de um dos olhos. Para ser muito sincera, a Aurora não ligou a mínima de ter reduzido a capacidade visual. O que ela ficou brava foi com a redução do tamanho da varanda. Nossa! Isso a deixou beeeemmm irritada e inconformada!
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Brincadeiras à parte, a adaptação da Aurora foi muito melhor do que eu imaginei. Mas basicamente dois fatores ajudaram muito.
- Colocar essências e cheiros diferentes nos diversos cômodos da casa
- Disponibilizar tapetes com diferentes texturas na porta de cada cômodo.
Com isso, ela sabia que estava entrando e saindo de um cômodo. Além de associar cada espaço ao que nele continha, como tapete higiênico, água, casinha, gatos, eu, etc.
O olfato e o tato, normalmente, são os dois últimos sentidos que o cão perde com a velhice. Então simbora usar e abusar deles para ajudar na localização.
Mas uma última dica fez a total diferença no processo de adaptação da Aurora
- Passear em locais abertos, longe de postes. Evitar ruas estreitas e mostrar para o cão que ele consegue lidar com novas situações e superar qualquer tipo de dificuldade é extremamente importante. Ajuda, inclusive, na autoconfiança do cão.
Não é pelo fato dele estar mais velhinho, muitas vezes mais parado, sem vontade de interagir, que devemos aposentá-lo das atividades. Muito pelo contrário! Devemos estimulá-lo a continuar executando os comportamentos naturais, como procurar comida, interagir com outras pessoas e animais, sentir novos cheiros, roer (se ainda tiver dentes) e brincar do que ele mais gosta.
É na velhice que os nossos peludos mais precisam do nosso carinho, atenção, cuidado e dedicação. A qualquer sinal de mudança de comportamento, leve o pet imediatamente ao médico-veterinário. Melhor ainda se fizer o check-up preventivo, antes dele apresentar qualquer queixa. Afinal, nem sempre percebemos uma possível dor ou desconforto no nosso peludo.
O bem-estar e a qualidade de vida deles está nas nossas mãos. Ainda mais na terceira idade.
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