PUBLICIDADE

Foto do(a) blog

Dicas e curiosidades sobre animais

3 formas para minimizar o medo de chuvas e trovões em cães

Com o período de chuvas chega também a angústia dos tutores ao verem seus cães tendo crises de medo. Veja como resolver problemas relacionados à chuva, vento e trovão.

PUBLICIDADE

Foto do author Luiza  Cervenka
Medo de chuva pode angustiar cães e tutores - Foggy Day Walk/Creative Commons  

Levante as mãos para os céus se você tem um cachorro que não tem medo de chuva ou trovões. Porque ver o peludo tremendo, salivando, se escondendo ou correndo de medo pela casa é angustiante para todos. E tem vezes que nem precisa estar chovendo já. Só de ver o céu escurecendo, ouvir o vento, alguns cães já entram em pânico.

PUBLICIDADE

Aqui em casa, os gatos nem ligam para chuvas e trovões, mas a Aurora, quando está sozinha, entra em crise neurológica. E esse é um grande problema. Alguns cães ficam bem durante chuvas e trovões quando o tutor está junto. Porém, se a chuva cai quando eles estão sozinhos, é uma situação bem desconfortável e mais difícil de resolver.

Tem algumas coisas que alguns tutores costumam fazer, que não funciona e pode só piorar o medo do cachorro.

  • Tentar dar petisco, brinquedo ou comida para o cachorro quando ele já está com medo
  • Brigar com o cachorro
  • Ignorar o cachorro
  • Deixar o cachorro fechado sozinho em um quarto ou para fora da casa

A grande questão é como tratar ou resolver o medo de chuva e trovão dos cães. Aqui vão três dicas que podem muito ajudar nesses momentos.

Publicidade

Treino pra diminuir medo de chuva e trovão em cães

É possível fazer um treino para que o cão diminua a reação à chuva e trovão. Mas precisa de dedicação, frequência diária e muita paciência.

Comece oferecendo algo que o cachorro goste muito. Pode ser um tapete de lamber com uma pastinha que ele ame muito ou mesmo dar um mordedor gostoso, como uma traqueia ou uma orelha (de preferência algo que ele não receba em outros momentos).

Enquanto ele está feliz e tranquilo, coloque baixinho sons de chuva e trovão. Você consegue encontrar facilmente no YouTube ou plataformas de áudio. A medida que você perceber que o cão está confortável, aumente o volume aos poucos. Mas se observar uma orelha em pé e tensa, um ligeiro desconforto, diminua o volume imediatamente.

Faça sessões curtas de treino no começo e depois aumente o tempo, se o pet estiver confortável.

Publicidade

É claro que esse treino não é milagre e precisa de um tempo para ver resultado. Mas eu juro que ajuda demais.

Fone antirruído

Uma linda cadela da raça whippet se transformava quando ameaçava chover. Ela tremia, se escondia, entrava em pânico. A tutora, mãe do médico-veterinário Pedro Mancini, pediu para que o filho resolvesse o problema. Foi então que ele desenvolveu um abafador de sons. Pesquisou no Brasil se tinha algum produto similar, mas não encontrou nada efetivo. Apesar de trabalhar com oftalmologia veterinária, Pedro não se conformava da cachorra sofrer tanto com os barulhos. Assim surgiu o DogPhones.

Pedro conta que já está em constante pesquisa e avaliação do produto há quatro anos. Começou com um protótipo feito em impressora 3D. Mas o produto foi evoluindo em conforto e funcionalidade. "Foram horas e horas, dias e dias para fazer tudo dar certo. Testava nos cães que eu atendia dentro da oftalmologia e já percebia que eles ficavam mais calmos durante a própria consulta" relembra Pedro.

Abafar o som pode ajudar a minimizar medo de trovão e barulhos - Foto: DogPhones

Não pense você que é só adquirir o produto e sair usando. Ter algo grudado na cabeça e nas orelhas não é algo natural aos cães. Por isso é preciso ensinar os benefícios do DogPhones aos cães. Um treino de habituação é extremamente necessário.

Publicidade

Comece a colocar o fone no cão quando ele for fazer algo que ele goste muito, como comer ou brincar. Sempre associe o produto a algo muito legal. Só depois, quando ele se sentir bastante confortável é que já podemos colocar em dias de chuva. "O uso do produto deve estar sempre associado ao reforço positivo. Não adianta vestir só quando o cão já está com medo. Isso porque o equipamento retira um dos sentidos mais importantes do cão: a audição. Se ele associar o produto ao medo, ele nunca mais vai querer usar" explica Pedro.

O ideal é já vestir o fone no cão antes mesmo dele começar a apresentar os primeiros sinais de medo. Mas como saber se realmente o produto está funcionando, perguntei ao Pedro. Ele ensinou que uma vez que o cão esteja adaptado ao produto, basta vestir de forma correta, acoplando a orelha, sem apertar, mas sem ficar frouxo. "O cachorro olha com cara de 'ué, que silêncio é esse?!'. Então ele senta, deita e relaxa. O cão não fica mais ofegante".

Mas e aquele cachorro que fica mal quando sozinho. Pedro explica que o uso do DogPhone ajuda a longo prazo, fazendo com que o cão fique mais tranquilo mesmo quando não está usando o abafador. Principalmente quando o momento de tranquilidade está relacionado a um local de conforto, como caminha.

Apesar do sucesso do produto, Pedro é enfático ao dizer que ama a oftalmologia e seguirá produzindo o fone e atendendo seus pacientes. Por sorte da Aurora que é atendida por ele.

Medicação para medo de chuva em cães

Publicidade

Para casos muito extremos, nos quais os cães colocam seus vidas em risco pelo medo, o ideal é buscar um médico-veterinária especialista em etologia clínica para entrar com medicação. São cães que perdem a noção e pulam janelas, quebram porta, ultrapassam vidro e até machucam outros que estejam junto. O sofrimento e risco são muito intensos para esperar para resolver. Por isso, a medicação pode ajudar demais já em um primeiro momento.

Não use a medicação como muleta. É preciso fazer todo um treino ou trabalho para que o cão consiga lidar com seu medo, mesmo usando a medicação. Há a possibilidade de unir as três dicas: treino, abafador e medicação. Mas sempre com indicação de um veterinário. Afinal, não é qualquer remédio que irá fazer bem para o cachorro e efetivamente trabalhar o problema, oferecendo bem-estar ao cão.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.