Dicas e curiosidades sobre animais

Qual a relação dos gatos com a saúde mental humana?

Quem tem gato entende do superpoder deles. Quem não tem, deveria se permitir a adentrar nesse mundo tão mágico. Gatos podem ser mestres para nossa saúde mental

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Foto do author Luiza  Cervenka

Já começo frisando que não sou psicóloga e por isso não tenho capacidade, formação e nem licença para orientar ninguém sobre saúde mental. Aqui está apenas o relato de uma tutora de gatos, uma comportamentalista curiosa e uma leitora apaixonada.

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Por falar em leitura, se tem uma coisa que gateiros amam fazer é escrever, tirar fotos e falar sobre seus gatos. Não que tutores de cães não façam, mas os de gato ganham o prêmio de mães e pais corujas.

Eu que tenho cão e gato confesso que minha decoração é bem mais de gatos, tenho mais fotos dos gatos no celular, até minha caneca tem orelhas de gato. Mas ainda não escrevi um livro sobre. Ainda.

O que tudo isso tem relação com a saúde mental?

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Você leu o livro "Vou te receitar um gato" da escritora Ishida Syou? Essa é minha sugestão de leitura. Seja você cachorreiro ou gateiro. Em muitos anos, esse foi o primeiro livro não científico que me permiti ler e foi sensacional.

Sem dar spoiler, o livro fala de rotina e relações conturbadas, que precisaram de um gato para ajudar a ter um outro olhar. Claro que o gato poderia ser um cachorro, uma viagem, uma sessão de terapia, mas foi um gato. Na verdade, vários gatos, cada um fazendo parte de um contexto específico.

Esse livro caiu como uma luva no janeiro branco, quando falamos de saúde mental inclusive dos animais.

Depois de terminar o livro, precisei olhar para os meus gatos. Cada um com sua personalidade, seu jeito de lidar com a rotina e comigo. Refleti sobre como eles melhoram ou influenciam na minha vida. E olha, eles realmente fazem diferença na minha saúde mental.

O fato de ter um pet faz com que tenhamos que olhar para fora, cuidar do outro, perceber as necessidades alheias. Afinal, a primeira pergunta do vet será: "ele está comendo bem? Como está o cocô? Está fazendo muito xixi? E o consumo de água?". Se você não tem olhos para observar esses detalhes do seu gato, você fica de mãos atadas para efetivamente ajudá-lo. Não basta limpar a areia, repor a comida e oferecer sachê. É preciso observar como o bichano está.

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Claro que tem dias que eu chego tão cansada, que me dá um desânimo ter que limpar as caixas de areia e atender as necessidades básicas deles. Mas em compensação, eles vêm me receber, dormem agarradinhos em mim e, se eu tiver sido uma boa tutora, ganho uma drenagem linfática (um amassar pãozinho na barriga).

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E chegue bravo, irritado em casa para ver. Corre o risco do seu gato sumir e só voltar quando a poeira baixar. Isso sem falar naqueles gatos super medrosos, que você precisa se esforçar muito para ganhar a confiança e um ronronado.

Os felinos têm uma capacidade ímpar de mexer com o nosso coração e nossa mente. A calma ao tomar aquele longo banho, a delicadeza ao comer, a sutileza ao subir e descer dos locais, mostram que são de uma espécie diferenciada e têm muito a nos ensinar.

Isso não quer dizer que você deve adotar um gato para se sentir melhor e nem que gatos curam depressão ou afins. Mas ter um gato me ajuda dia a dia a superar minhas dificuldades e lidar com minhas emoções enrustidas. Hoje mesmo a Pérola me ouviu chorando e começou a miar alto, quase gritando mesmo, mostrando que ela está presente. Agora está aqui, se aninhando em meus braços, como se eu fosse um enorme travesseiro. Assim, ela me mostra que eu também sou capaz de oferecer afeto, mesmo que forçado. E lá vem o gato ensinar mais uma vez....

E agora só me resta ler a continuação. Um segundo livro chamado "Vou te receitar outro gato". Quais serão as próximas reflexões e posts que escrevei? O gato me inspirará!

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