5 lições de felicidade do país mais feliz do mundo

A Finlândia lidera, pelo oitavo ano consecutivo, o ranking de felicidade realizado pela ONU a partir de análises de especialistas; veja quais os segredos do país europeu

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Foto do author Gabriela Caputo

A Finlândia segue ostentando o título de país mais feliz do mundo, de acordo com o relatório divulgado nesta quinta-feira, 20. O estudo é realizado anualmente pela Organização das Nações Unidas (ONU) em parceria com o instituto de pesquisa Gallup e a universidade de Oxford, no Reino Unido.

Este é o oitavo ano consecutivo que o país lidera a lista, seguido pelos vizinhos nórdicos Dinamarca, Islândia e Suécia. A Noruega fica um pouco atrás, na sétima colocação. O relatório é feito a partir de uma avaliação média da qualidade de vida da população, e especialistas analisam o cenário a partir de fatores diversos, como PIB per capta, expectativa de vida saudável, senso de liberdade, generosidade e percepção de corrupção.

Aprenda 5 lições de felicidades com a Finlândia, considerado mais uma vez o país mais feliz do mundo pela ONU. Foto: Clement C/peopleimages.com/Adobe Stock

A Finlândia, assim como os países vizinhos, funciona no modelo nórdico, com forte Estado de bem-estar social. É um país com baixa desigualdade social e de gênero. Ou seja, o segredo para a felicidade pode estar, sim, no bom desempenho das políticas sociais e econômicas, aspectos que fogem do controle individual.

Ainda assim, é possível extrair algumas lições de felicidade a partir da experiência da nação mais feliz do mundo. Confira:

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Prazer nas pequenas coisas

A valorização da simplicidade é característica marcante da cultura finlandesa. Há até uma palavra para isso: sisu. O termo, sem tradução exata, remete à filosofia que exalta a coragem, a determinação silenciosa e a resiliência. Essa mentalidade está refletida, por exemplo, no minimalismo e funcionalidade do design escandinavo, e na moda finlandesa, que valoriza a inovação e a sustentabilidade. Mas aparece também, e principalmente, na vida cotidiana - se levada com praticidade, sobra tempo para dar atenção ao que realmente importa.

Apreciar a natureza

Apesar do frio extremo do inverno nórdico, estar ao ar livre faz parte do modo de vida finlandês, em um território com florestas profundas e mais de 160 mil lagos. De acordo com o Finnish Happiness Institute, nas pesquisas que avaliam os motivos de felicidade da população, sempre são mencionadas a proximidade com a natureza e as oportunidades para lazer e relaxamento. O fácil acesso a parques ou florestas, bem preservados, contribuem para a diminuição do estresse e alimentam a criatividade.

A proximidade da natureza é apontada como um dos motivos de felicidade para a população da Finlândia. Foto: Adobe Stock

Descansar

Talvez a lição mais complexa de seguir em um mundo acelerado e hiperconectado. A cultura finlandesa valoriza a comunhão com a natureza tanto quanto os momentos de silêncio. O descanso e o relaxamento não são vistos de forma negativa como em muitas sociedades ocidentais; não são uma recompensa pelo trabalho árduo - e sim parte essencial da vida. Algo que ilustra muito bem esse pensamento é a tradição milenar finlandesa da sauna. O ambiente fechado e aquecido, um ritual simples, é usado para relaxar e também para socializar com amigos e familiares.

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Estar em comunidade

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Essa apreciação da presença do outro é justamente um dos aspectos mais valiosos para a felicidade. O relatório da ONU deste ano traz enfoque sobre o impacto do cuidado e do compartilhamento na felicidade das pessoas. O estudo aponta a prevalência da desconexão social sobretudo entre jovens adultos, enquanto, na verdade, as conexões sociais são “vitais para o bem-estar pois fornecem uma proteção contra os efeitos tóxicos do estresse”.

Os especialistas destacam a corriqueira arte de comer em companhia, apontando a existência de diferenças profundas nas taxas de compartilhamento de refeições ao redor do mundo, que “não são totalmente explicadas por diferenças de renda, educação ou emprego”. Essa atividade tem forte impacto no bem-estar. “Aqueles que compartilham mais refeições com outros relatam níveis significativamente mais altos de satisfação com a vida e afeto positivo, e níveis mais baixos de afeto negativo. Isso é verdade em todas as idades, gêneros, países, culturas e regiões”, resumem os autores.

‘Gentileza gera gentileza’

A frase é clichê, mas apropriada. No relatório de felicidade da ONU, especialistas afirmam ter novas evidências de que atos de generosidade e a crença na bondade dos outros são “previsores significativos da felicidade, inclusive mais do que receber um salário maior”. As pessoas costumam ser muito pessimistas sobre a bondade alheia, e acabam se surpreendendo: experimentos feitos com carteiras perdidas e devoluções inesperadas mostram que os países nórdicos estão “entre os melhores lugares em termos de taxas esperadas e reais de devolução de carteiras perdidas”.

De acordo com o Business Finland, a felicidade finlandesa é explicada, em parte, pelos altos níveis de confiança e liberdade em sua sociedade, “o que pesquisas mostram que contribui para o bem-estar e a produtividade”. Essa confiança reflete o que é visto em âmbito coletivo no país, que apresenta índices positivos quanto à transparência e à percepção sobre corrupção. / COM AFP

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