Brechó de roupas em Paraisópolis reverte verba para programa de educação e emprego na comunidade

Com peças por menos de R$20, bazar aquece economia circular do Instituto Pró-Saber, que já impactou mais de 42 mil moradores da região

Foto do author Bárbara Correa
Por Bárbara Correa (Estadão)
Atualização:

“Democracia é dar a todos o mesmo ponto de partida”. Foi inspirada neste verso de Mário Quintana que a educadora e fundadora do Instituto Pró-Saber, Maria Cecília Lins, teve a ideia de garantir acesso à educação e moda em Paraisópolis.

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Há 19 anos, o instituto criado por Maria impacta a vida de mais de 10.600 crianças e jovens, e, indiretamente, mais de 42.000 pessoas. A iniciativa busca fortalecer a educação integral dessas crianças, por meio da experiências de leitura e brincadeira.

“Se o Pró nasceu como uma escola de educação infantil, hoje somos um ecossistema, em que programas e projetos coexistem, além de unir pessoas em torno de uma prática leitora, brincante, consistente e lúdica”, descreve a fundadora.

Viviane Vieira da Silva consome roupas do brechó da comunidade Foto: Taba Benedicto

A partir de 2005, esse ecossistema se expandiu para um brechó e passou a atrair moradores a comprar roupas de marcas variadas por menos de R$20. “Passamos a aceitar toda doação que chegava e, dessa forma, nasceu o Bazar da Pechincha. Ele acontecia uma vez por mês, na quadra do Pró, com tudo que recebíamos e por preços muito baixos”, explica Maria Cecília.

“Com o aprendizado, resolvemos desenvolver um projeto perene em 2021, que, além dar acesso a produtos de qualidade por preços baixos, o faturamento é revertido em materiais e infraestrutura para a biblioteca infanto-juvenil da comunidade”, afirma a educadora

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Entre os mais 1.785 itens vendidos no bazar neste ano, Maria conta que as peças que fazem mais sucesso são as infantis. A moradora de Paraisópolis, Viviane Vieira da Silva, de 36 anos, fez todo o enxoval de seu filho no brechó do Pró-Saber.

Viviane Vieira da Silva, 36 anos, está gravida de 8 meses da sua segunda gestação. Foto: Taba Benedicto

Com oito meses de gestação, Viviane pôde proporcionar ao seu bebê macacões e brinquedos. “Temos a oportunidade de comprar peças boas, utensílios de casa e brinquedos por preços acessíveis. A importância para nossa comunidade é ter acesso a marcas que não teríamos em lojas, até para adultos, por um preço em conta”, comenta a grávida.

Maria Cecília reforça que, para além dos produtos, o bazar “é uma forma de economia circular pensada para esse território”. Isso porque também emprega pessoas da comunidade e reverte o faturamento para os programas do Pró.

A fundadora reitera que o bazar está aceitando doações de brinquedos e roupas infantis para o Dia das Crianças neste link. Para apoiar o instituto, acesse aqui.

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