Como organizar Halloween no condomínio sem estresse?

Mãe, recreador e síndico dizem o que pode e o que não pode; liberdade para fantasias muito assustadoras ou moderação, além de dicas para decorar a porta e não estragar a pintura

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Foto do author Paula Bonelli

Com o Dia das Bruxas se aproximando, moradores do condomínio de São Paulo se organizam para realizar a brincadeira de terror pelas torres na quinta-feira, próximo dia 31. As crianças e adolescentes irão passar fantasiados pelos apartamentos gritando: “doce ou travessura”. Para que o Halloween funcione sem estresse, é preciso planejamento e organização.

A brincadeira é organizada pelos próprios moradores ou por empresas especializadas Foto: Acervo Agita Morango

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Há gestão de condomínios e grupos de moradores que preferem contratar uma empresa especializada para animar o evento. Marcelo Gomes, sócio-diretor da empresa Agita Morango, opina sobre a liberdade em exagerar nas fantasias, incluindo algumas que reproduzem sangue, cicatrizes e cortes abertos, até pedaço de tripa, de forma realista. “Falo com segurança que as crianças adoram essa época, onde os monstros estão soltos. Como é uma temática que envolve tudo ao redor, incluindo escolas, programas de TV e internet, elas estão mais prontas para ver monstros sem tanto medo.”

Mas é preciso bom senso considerando que ocorre em uma área comum de um condomínio. “Se houver desfile de fantasias assustadoras, é interessante agendar para o último horário possível, avisando nos comunicados internos que os looks arrepiantes poderão estar presentes nesse momento, então é ideal evitar a presença de crianças nesse período”, ressalta.

Ele observa que abrir a porta do apartamento já assustando, sem saber quem está batendo, pode provocar choros: “Se tiver olho mágico, talvez seja importante ver quem é primeiro. Pode ser uma criança pequena ou alguém sensível que pode não compreender a situação e acabar ficando triste ou chateado”.

Segundo o especialista, os figurinos que fazem mais sucesso ainda são a bruxa, a múmia, o zumbi e o vampiro. “Embora o tempo passe, esses continuam sempre em alta, às vezes em versões mais atualizadas, mas seguindo a mesma ideia”, explica.

A visão do síndico

Já o síndico do condomínio Bosques da Lapa, Wanderley Júnior, na zona oeste de São Paulo, pondera: “Aqui tem mais de 250 apartamentos, são muitas crianças que adoram o Halloween, mas não é todo mundo que gosta de participar. Pedimos para respeitar o horário das 18h às 21h porque tem moradores idosos ou doentes que precisam de silêncio. Também falamos para as crianças evitarem correr para não ter acidentes”.

Já a empresária Camila Berger, mãe de dois filhos, moradora no Bosques da Lapa, conta como o evento sai do papel: “Em nosso condomínio, quem organiza o Halloween são as mães. Elas se reúnem para definir a melhor data e horário. Depois disso, é desenvolvida uma arte que informará todos os condôminos sobre o evento. Uma representante fica encarregada de conversar com o gestor predial, informando a data, horário e como funcionará. Após a aprovação, ele divulga a arte nos elevadores, no site do condomínio e a encaminha por e-mail para os moradores”.

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As mães também contribuem divulgando as informações no grupo de WhatsApp que reúne os moradores. Aqueles que tiverem interesse em participar do Halloween devem decorar suas portas. “As crianças poderão visitar só os apartamentos em que as portas estiverem adornadas. Essa foi uma forma que as mães encontraram para evitar que as crianças tocassem em todos os apartamentos, assim não incomodam quem não quer participar e quem também não está preparado com doces para distribuir”, afirma Camila.

Uma noite aterrorizante – com Rainha Má e Malévola, cenografia e iluminação completa, concurso de fantasias mais food trucks – pode chegar a custar R$ 16 mil Foto: Luciano Viana/Divulgação Fox Assessoria Esportiva

Como funciona no dia

“Todas as crianças se reúnem na área comum do condomínio (parquinho). As crianças menores saem antes e se dirigem para uma torre, enquanto as maiores saem depois para outra torre. Dessa forma, os menores podem participar e pedir doces no seu próprio ritmo. Como as crianças são pequenas, os pais ou responsáveis devem acompanhá-las”, conta Camila.

Quantidade de doces

Uma opção interessante é o grupo organizador avisar previamente a média de participantes; assim, as casas que aderirem terão uma noção da demanda e poderão se preparar adequadamente. Há quem opte por distribuir kits individuais e outros preferem deixar que a criança pegue um pouco diretamente do balde ou saco de doces. As crianças precisam ter seu próprio saquinho ou balde, alguns em formato de abóbora, para guardar as guloseimas. Oferecendo de 3 a 5 doces por criança, já se garante uma sacola cheia de delícias no final do dia.

Decoração sem estragar a porta

Cada morador decora sua porta da forma que desejar. O ideal é utilizar decorações adesivas, dando preferência à fita crepe, que suporta o peso de muitos adereços leves e é fácil de remover, sem danificar a pintura da porta.

Uso do elevador

As crianças usam o elevador apenas para subir até o último andar e, em seguida, descem pelas escadas. Isso evita que incomodem os moradores que precisam utilizar o elevador.

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