O período de quarentena por causa da pandemia do novo coronavírus pode ser de reflexão e ampliação de referências em temáticas LGBT+. Pensando nisso, três influenciadores digitais decidiram criar uma lista de sugestões e dicas culturais, como livros e séries, para você fazer uma verdadeira imersão nesse universo.
Orgulho LGBT: O que não dizer para pessoas trans?
Os youtubers Klébio Damas, Lorelay Fox e Pietra de Pinho selecionaram conteúdos disponíveis nas principais plataformas de streaming para que as pessoas possam se entreter e conhecer mais sobre a cultura LGBT+. Além disso, é possível encontrar boas publicações e podcasts que enriquecem o debate sobre homofobia, aceitação e liberdade.
Orgulho LGBT: O que não falar para casais homoafetivos?
Dicas culturais do youtuber Klébio Damas
- Pose: “Uma série maravilhosa que conta a história dos LGBTs na década de 80 e mostra a luta e todas as dificuldades da época. Além disso, é muito divertida porque mostra os ciclos dos personagens e não foca apenas nas dificuldades, mas também nas vitórias. Consegui assistir a primeira temporada na Netflix em dois dias e a segunda fase já está disponível fora do país”. - Eu nao quero voltar sozinho: “Um filme brasileiro lindíssimo que conta a história de um menino cego que está na escola e um aluno novo chega. Por toda a dificuldade que ele passa com a falta de acessibilidade, essa outra pessoa o ajuda em algumas atividade e eles viram grandes amigos. Com isso, a amizade deles vai desenrolando e eles tentam entender o que é amizade, o que é amor e aprendem juntos a aceitar e reconhecer a sexualidade de cada um”. - Aristóteles e Dante descobrem os segredos do universo: “Um livro, que mesmo com um nome rebuscado, é super fofo, com uma leitura fácil e que mostra o descobrimento da sexualidade de uma maneira bem leve. Ele também conta sobre dois amigos que vivem sua vida e descobrem o que eles realmente sentem. Eu já li muitos livros com esse estilo, mas esse foi o que deixou meu coração mais quentinho querendo abraçar meu gato e chorar de amor”. - Big Mouth: “Essa série animada não é LGBT, contudo tem personagens com essa temática e eu acho muito legal inserir pessoas LGBT no meio de séries tradicionais, sem que necessariamente esse seja o foco principal da trama, porque normaliza a sexualidade. Ela conta sobre a puberdade e é bem besteirol, porque relata o que os adolescentes sentem no início da puberdade e os problemas dessa fase. É uma animação de morrer de rir e fala muito sobre educação sexual. Não é algo pesado, tratando sobre um assunto bem tabu para o público adolescente”. - Queer Eye: “Um programa americano de cinco homens gays que vão na casa de algumas pessoas e mudam tudo, como se fosse o quadro do programa do Luciano Huck, onde ele transforma a casa das pessoas. Cada homem muda uma parte, tendo o cabeleireiro, o arquiteto, o estilista, o psicólogo e o cozinheiro. Juntos, eles chegam na vida de alguém que pediu ajuda e reviram a casa e a vida da pessoa para melhorar tudo”.
Dicas culturais da youtuber Pietra de Pinho
- Orange Is The New Black: “Essa é uma série que eu gosto muito, apesar de na quarta temporada eu não ter curtido tanto, por achar que as séries não costumam apresentar um bom desfecho. A trama se passa dentro de uma penitenciária feminina e é muito bacana, porque tem um romance lésbico e o desenvolvimento de vários conflitos internos que acabam por torná-la mais interessante”. - Degrassi - Next Class: “É uma série canadense pouco conhecida, mas que deveria ser mais valorizada, porque aborda algumas questões bem importantes para a nossa sociedade atual. A história se passa em um colégio com estudantes de ensino médio e apresenta estudantes gays, bissexuais, fora de qualquer “padrão” e dá visibilidade para essas pessoas. Além disso, dentro dessa escola ocorrem conflitos familiares, como por exemplo a menina que é lésbica e não tem a aceitação da mãe.A série possui quatro temporadas e assisti em dois dias, por ser algo que te prende muito”. - The Fosters: “Uma série cuja a trama fala sobre um casal lésbico, uma diretora de escola e a outra policial, que possui uma filha,e elas adotam gêmeos. Com isso, elas passam a criar o costume de acolher várias crianças e adotam também a Callie e o irmão dela, o Jude, que é um menino gay. A partir daí, vários conflitos são mostrados, além de colocar em evidência um modelo de família bem interessante, fazendo com que a série seja linda”. - Tomboy: “Um filme francês maravilhoso, onde muitas pessoas trans se identificam, mas o foco dele é principalmente no feminismo. Tomboy conta a história de uma menina de 11 anos que não performa nenhum padrão de feminilidade, preferindo ter cabelo curto e usar roupas mais confortáveis. Quando ela muda de condomínio, todo mundo começa a tratá-la como menino, inclusive no pronome, e ela fica tão incomodada em ter que corrigir as pessoas que começa a se tratar como menino, tendo inclusive um romance. Eu, que sou lésbica, fui assistir esse filme no cinema na época que eu não havia me assumido e chorei muito, tamanha a identificação que eu tive”. - Com amor, Simon: “Não é um filme sobre representatividade lésbica e até comete pequenas falhas, mas mesmo assim eu gostei muito. A trama fala sobre Simon, um adolescente de 17 anos que tem uma típica família americana retratada nas produções cinematográficas e ele sabe que é gay, tendo um “padrão heteronormativo”. Desde os 13 anos, ele tem a consciência disso, mas não sabe como contar para a família e aos amigos, por ser um tabu. Com isso, ele acaba trocando e-mails com um outro menino e fica apaixonado, porém sempre se mantendo como anônimo, gerando um mistério por parte das pessoas para descobrir quem ele é. Pela primeira vez, temos um romance que te prende, que se passa no colegial, possui a temática homossexual e isso não é motivo de chacota na história, o que pode ser considerado um grande avanço”.
Dicas culturais com a youtuber Lorelay Fox
- Pose: “Também indico essa série não apenas pela representatividade dentro dela, mas também, tudo o que está conquistado por fora, porque os artistas estão ganhando uma grande visibilidade e transformando a indústria, sendo a maior série com referências LGBT que já teve, além do ator BIlly Porter ser uma figura super emblemática e que está gerando uma grande admiração por parte do público”. - Estamos Bem?: “Podcast dos meus podcasts favoritos e que vai ao ar toda segunda-feira. Quem acompanha fica ansioso para chegar este dia da semana e é feito pela Bárbara dos Anjos e pelo Thiago Theodoro, que são dois jornalistas excelentes que tratam de temas comuns para todos de uma maneira leve. O Thiago é um cara gay mais velho e a Bárbara é mãe e juntos tratam de vários assuntos, incluindo temáticas sobre diversidade”.
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