Japoneses gastam fortuna para ‘virarem’ cães... e não estão sozinhos: entenda cultura dos ‘furries’

Com forte presença desde os anos 80, foi durante o início da internet nos anos 90 que o movimento ganhou força e começou a vir para o presencial. Cientistas e pesquisadores alegam que fenômeno é como qualquer outro: grupos que se unem por interesses comuns

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Por Redação
Atualização:

Na última semana, dois japoneses ganharam destaque na mídia internacional ao gastarem mais de R$ 100 mil reais para se transformarem em cachorros. O comportamento inusitado não é novidade e tem nome: Trata-se do Furry Fandom ou simplesmente Furries, uma subcultura obcecada por se vestir como animais peludos.

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As fantasias podem imitar não só raça de cachorros, mas também de lobos. As produções são feitas pelo Zeppet Workshop, um famoso estúdio japonês especializado em arte e modelagem. Por serem bem realistas, as confecções levam mais de um mês para ficarem prontas - e ao agrado do cliente.

Os detalhes dos modelos são discutidos diretamente com o comprador, que relata o que deseja como resultado final. As pessoas que aderem ao movimento, portanto, tem um desejo em comum: se transformar em um animal.

Toco, um dos influenciadores que aderiu ao furry fandom, compartilhou em suas redes sociais um vídeo no qual aparece passeando com a sua nova fantasia, que imita a raça do cachorro Collie. O homem gastou cerca de R$ 72 mil no traje.

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Procurados pela emissora japonesa Nippon TV, a Zeppet Workshop explicou todo o processo de criação das peças. “A anatomia canina é muito diferente da humana, então tivemos que ser engenhosos. Usamos fotos de collies tiradas de diferentes ângulos, melhoramos a maciez do casaco para esconder a casca da fantasia o máximo possível e fizemos a boca abrir e fechar sozinha.”

Desde 2021, o japonês registra como é usar a fantasia. No último mês, ele compartilhou seu primeiro passeio e as reações das pessoas, que o acariciaram.

“Oi, meu nome é Toco”, escreve o homem na legenda de um dos vídeos. “Eu me tornei um collie, realizando um sonho que tive desde criança, de ser um animal”.

No entanto, ele não é o único a se interessar pela fantasia. O engenheiro Toru Ueda investiu R$ 108 mil para se parecer com um lobo. A compra foi encomendada no mesmo estúdio de Toco. Segundo Ueda, a ideia da fantasia é esquecer os problemas do dia a dia e escapar da realidade.

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Em uma entrevista concedida ao site My Modern Met, o engenheiro disse que sempre teve o desejo de “não se sentir humano”. “Estou livre de relações humanas. Todos os tipos de problemas, relacionados ao trabalho e outras coisas, eu posso esquecê-los”, ressaltou.

Cultura ‘furry’

Ao contrário do que muitas pessoas pensam, o movimento não é apenas uma brincadeira e é levada a sério entre os cientistas que estudam culturas locais. Os pesquisadores descobriram que trata-se de uma subcultura geek e nerd.

O movimento começou a ganhar força a partir dos anos 90, com uma aderência maior no mundo virtual. Mas, na verdade, ela existe há pelo menos dez anos antes, marcando presença nos quadrinhos de ficção científica. objetivo, como de qualquer outro fã, é se juntar a grupo que compartilham dos mesmos interesses.

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