O clipe da música Quase Não Namoro, uma parceria entre Juliette Freire e Marina Sena, foi lançado no dia 10 de agosto, mas segue gerando conversa nas redes sociais.
Depois de Manu Gavassi ter dito que a equipe da vencedora do Big Brother Brasil 21 copiou referências diretas do seu projeto Gracinha para o vídeo, alguns internautas estão acusando a cantora e Marina de praticarem queerbaiting. Mas, afinal, o que isso significa?
O que é queerbaiting?
Queerbaiting é a junção das palavras “queer”, um termo guarda-chuva usado pela comunidade LGBT+ para se referir a pessoas cuja identidade e/ou orientação sexual não se encontram dentro do padrão cisgênero e heteronormativo, e “bait”, que significa “isca” em inglês.
A expressão é usada para se referir a produções que fazem referência ou aludem a um romance homoafetivo ou à representatividade de comunidade de alguma forma, mas que não têm, de fato, essa representação presente em seu conteúdo.
O queerbaiting pode ser interpretado como uma estratégia de marketing ou uma ferramenta para atrair consumidores LGBT+, já que sugere essa representatividade. As críticas se dão porque, nesse cenário, esse suposto romance entre pessoas do mesmo sexo ou representação de alguém queer não acontece de fato.
Por que Marina Sena e Juliette foram acusadas de queerbaiting?
A acusação a Marina Sena e Juliette se deu porque, no clipe de Quase Não Namoro, as cantoras aparecem juntas reproduzindo cenas de filmes de romance muito famosos, como Ghost - Do Outro Lado da Vida (1990) e Titanic (1997).
Na cena que faz referência a Ghost - Do Outro Lado da Vida, as artistas aparecem fazendo cerâmica e trocando carícias e olhares. No momento seguinte, as duas aparecem em cima de um colchão, tocando no corpo uma da outra.
Cantoras se defenderam das acusações
Marina Sena chegou a se defender das acusações feitas por internautas, explicando como viu a situação: “Pra mim, foi tão natural. Não tinha peso algum em fazer isso. Eu estava com a minha amiga ali, a gente estava sensualizando. Eu faço isso na festa com as minhas amigas. A gente gosta. Tem muito mais a ver com esse universo das mulheres”, disse ao Gshow.
“Às vezes as pessoas falam: ‘ah, é pra atrair macho’. Não, é pra atrair as mulheres mesmo. É nós, no nosso rolê, na nossa viagem, no nosso jeito que a gente gosta de curtir. A gente tem mais essa coisa da interação física, a gente que é mulher. De se abraçar, de fazer carinho uma na outra, que eu acho que os homens tem mais dificuldade. Pra gente é normal pegar uma na outra”, completou.
Já Juliette disse coisas parecids, em uma entrevista ao site BNews: “Eu tenho total respeito pelas causas. Eu sou muito cuidadosa com isso para que não seja um ponto negativo, que eu não descredibilize as bandeiras e as causas, real. Eu e Marina somos amigas, a gente já tem esse comportamento de se abraçar e se agarrar”.
“Eu respeito a causa, mas acho que nesse caso específico não se aplica, não foi a intenção. Muito pelo contrário, a intenção foi ser natural e respeitoso, como eu sempre fui em tudo o que eu fiz. Então, quando não se aplica, eu acho que não tem porque supervalorizar isso, sofrer com isso”, afirmou.
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