O lançamento do CBERS-2B também será importante para um novo programa de monitoramento da Amazônia que o governo federal espera implementar a partir de 2008. O sistema utilizará imagens do satélite para detectar e fiscalizar o corte seletivo de madeira, no qual apenas as árvores de maior valor comercial são removidas, sem destruição da cobertura florestal - o que dificulta a observação via satélite. O sistema de Detecção de Exploração Florestal Seletiva (Detex), como foi batizado, será um dos mecanismos de monitoramento do programa de concessão de florestas públicas federais, que terá sua primeira licitação em outubro. Cerca de 1 milhão de hectares serão abertos para exploração pela iniciativa privada. Uma nova metodologia desenvolvida pelo Inpe permite detectar os "pequenos" pátios (de até 50 metros) que são abertos para processamento das toras, e até a rarefação da copa da floresta. Com isso, o Serviço Florestal Brasileiro (SFB) espera monitorar a exploração legal dentro das áreas de concessão, assim como a exploração ilegal em outras áreas de floresta pública - principalmente no entorno das concessões. "Temos que saber se a exploração está sendo feita dentro das áreas autorizadas ou não", disse o diretor do SFB, Tasso Azevedo. Em atividades ilegais, segundo ele, o corte seletivo é freqüentemente a primeira etapa do desmatamento. "Com o Prodes, nós vemos o desmatamento que já ocorreu. Com o Deter, vemos o desmatamento que está ocorrendo. Com o Detex, esperamos chegar com a fiscalização antes que o desmatamento comece", explica. A tecnologia já está pronta. Falta concluir o mapeamento das imagens de 2007 para que o sistema entre em operação em 2008. "A concessão só vai ser economicamente viável se toda a atividade ilegal dos arredores for coibida", afirma Dalton Valeriano, do Inpe. Imagens de outros satélites também serão utilizadas.
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