A Copa do Mundo deste ano nem começou mas, nas redes sociais, os shows da cerimônia de abertura já estão recebendo críticas. Fãs dos músicos que vão cantar no Catar, estão criticando a posição dos artistas, visto que o país sede é conhecido por perseguir pessoas LGBT+, além de desrespeitar os direitos humanos.
Entre os artistas que vão tocar no país da Copa 2022 estão: Jungkook, do grupo de k-pop BTS, primeiro confirmado para a cerimônia de abertura, Robbie Williams, Black Eyed Peas, J. Balvin, Calvin Harris, e os brasileiros Ludmilla e Alok.
Ludmila anunciou sua apresentação por meio do Twitter e diversas pessoas passaram a criticar a esposa da ex-BBB22 Brunna Gonçalves.
“Aí não né, pra quem se diz defensora dos direitos das mulheres e das pessoas LGBT+, cantar em um país onde a homossexualidade é crime e mulheres quase não têm direitos algum. No fim das contas, dinheiro em primeiro lugar e os ideais é só para inglês ver”, disse um internauta.
Para Jungkook, um seguidor falou: “Vocês simplesmente não podem ser tão cegos por não terem visto o que está acontecendo no Catar. Não pode e não vai jogar LGBT+, dignidade humana básica e direitos das mulheres pela janela para apoiar uma música de 3 minutos”.
Além dos comentários dos fãs, outros artistas também deram voz às críticas contra a homofobia e a violação de direitos humanos pelo país. Esses cantores dizem que não acham certo participar do evento, e não vão pisar lá.
“Existe muita especulação de que eu me apresentarei na cerimônia de abertura da Copa do Mundo do Catar. Eu não me apresentarei nem estive envolvida em nenhuma negociação para me apresentar. Estarei torcendo para a Inglaterra de longe e espero visitar o Catar quando ele cumprir todas as promessas de direitos humanos que fez quando ganhou o direito de sediar a Copa”, disse Dua Lipa.
Rod Stewart, também se posicionou recusando mais de 1 milhão de dólares para cantar no país que vai sediar o torneio. “Na verdade, me ofereceram muito dinheiro para tocar lá há 15 meses. Eu recusei. (…) Não é certo”, explicou, nas redes sociais.
Mais sobre o Catar
O Catar é um pequeno emirado no Golfo Pérsico, governado como ditadura por uma família. O país enriqueceu com descoberta de petróleo, mas a riqueza é concentrada em uma pequena elite.
Além disso, a escolha do Catar é criticada porque o país é um dos que mais viola os direitos humanos no mundo. Há denúncias de abusos contra trabalhadores migrantes, que ajudaram a construir estádios, contra as mulheres e contra pessoas LGBT+.
Os organizadores da Copa do Mundo 2022 prometeram receber “todos os visitantes sem discriminação”. Mas a homossexualidade é um crime no Catar. O país também proíbe “demonstrações públicas de afeto”, como abraços longos e beijos na boca, mesmo entre heterossexuais.
Outro escândalo foi o tratamento aos trabalhadores migrantes que foram construir os estádios e a infraestrutura para a Copa. O jornal britânico The Guardian publicou que 6,5 mil trabalhadores estrangeiros morreram no Catar desde que o país foi escolhido como sede do Mundial.
O governo do Catar nega os abusos, mas rejeitou os pedidos de ONGs como a Anistia Internacional para criar um fundo de indenização para os trabalhadores mortos ou feridos nos preparativos.
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