Chiquinho Scarpa: relembre polêmicas envolvendo criação de ‘anões’, escravo, tiros e carro enterrado

Empresário de 72 anos é conhecido por declarações polêmicas ao longo da vida; confira algumas que chamaram atenção da imprensa no passado

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Foto do author André Carlos Zorzi
Atualização:

Chiquinho Scarpa chamou atenção recentemente por suas declarações ao podcast Festa na Firma, do humorista Wellington Muniz, o Ceará. Entre elas, a de que “não gosta de pobres” e de que já teve uma “criação de anões” no passado. Relembre abaixo outras polêmicas do ‘conde’, incluindo a de um suposto escravo no Marrocos e sua desavença com a princesa de Mônaco.

‘Não gosto de pobre’

Ao podcast, Chiquinho comentou: “Em velório de pobre, você vai me desculpar, mas nunca fui. Eu não gosto de pobre, velório tudo bem. O pobre sempre tem um negócio pra pedir, se você perguntar. A pior coisa do pobre é você chegar e dizer assim: ‘Como vai?’. Aí você tá ‘frito’. ‘Minha mãe tá doente, meu pai perdeu a perna, minha filha perdeu o dente’... Ele fica meia hora destilando todos os problemas. Nunca chegue para um pobre e pergunte: ‘Como vai?’.

Escravo no Marrocos

Em março de 1991, Chiquinho Scarpa foi alvo de críticas por conta de declarações à revista Interview (n.º 135) em que dizia “ter um escravo”. O fato gerou repercussão negativa e foi citado por diversos deputados federais em tom de repúdio à época, como Maria Luiza Fontenele (PSB-CE), Carlos Santana (PT-RJ) e Benedita da Silva (PT-RJ). Esta última chegou a ler trechos da revista no plenário, conforme consta no Diário da Câmara dos Deputados:

Chiquinho Scarpa em evento da APAE no Hotel Unique em dezembro de 2017, em São Paulo. Foto: Daniela Ramiro/Estadão

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“‘Todo mundo sabe que eu tenho no Marrocos um negro, o Dudli, um escravo que só não vem ao Brasil porque as leis aqui não permitem’. O entrevistador perguntou, então: “Estou estupefato: um escravo?” E ele respondeu, resoluto: ‘Claro, na prática, lá existe escravidão. O Daniel Amar, que é franco-marroquino e dono da Danone, me deu de presente. É no palácio dele, próximo a Casablanca [cidade] que me hospedo sempre que vou ao Marrocos. Foi ele quem me deu o Dudli. O Dudli é meu! Claro que não posso trazê-lo para cá, porque a Constituição brasileira não deixa. Foi em homenagem ao meu negro que batizei o meu dog alemão que morreu no ano passado.”

“Qualquer pessoa com o mínimo de lucidez sabe que isso foi uma brincadeira. Vou processar esse deputado”, dizia Scarpa, na ocasião, em relação a Santana. Conforme consta em edição do Estadão, à época, o empresário também tinha outras ideias para se defender:

“Chiquinho pretende provar que não é racista, enviando segunda-feira à toda a imprensa uma foto sua entre Pelé e a atriz Ângela Corrêa, que interpretou a escrava Anastácia na minissérie da Manchete e na vida real foi sua namorada”.

Criação de ‘anões’

Chiquinho Scarpa na festa de Gueri Gueri, no Jockey Club, em dezembro de 2017 Foto: Denise Andrade/Estadão

Na mesma entrevista à Interview, em 1991, o empresário também mencionou o que chamou de “criação de anões”. Já ao podcast Festa da Firma, Chiquinho Scarpa relembrou o fato, fazendo declarações pejorativas sobre pessoas com nanismo que teriam sido seus funcionários no passado: “Eu fazia criação de anão. Eram anões que vinham trabalhar para mim, que eu alugava. E aí tinha o ‘anão controle remoto’”

Na sequência, explicou: “Porque antigamente tinham vários aparelhos. Um para ligar o som, outro para a televisão, outro para não sei o que, então você perdia [os controles] na cama. Tinha um anão que ficava aqui [ao lado] com a bandejinha. Eu falava ‘Canal 11!’. [Colocava no canal]. ‘Aumenta o volume!’. E aumentava o volume. Eu tinha anão que não acabava mais. Fui parar na ONU!”.

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Acusado de atirar no quintal de casa sem permissão

Chiquinho Scarpa em evento da AmFar em abril de 2018 Foto: Luciana Prezia / Estadão

Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, Chiquinho Scarpa foi autuado em 27 de novembro de 1999 sob a acusação de disparar tiros com arma de fogo (das quais tinha permissão para posse) na área de sua casa, no Jardim Europa, em São Paulo. Um vizinho ouviu os tiros e, pensando se tratar de um assalto, ligou para a polícia, que foi ao local.

Scarpa alegou que possuía um estande de tiro em casa, mas que não estava em sua residência na hora da ocorrência, e sua última prática havia sido quatro dias antes. A polícia encontrou 61 balas deflagradas e 15 intactas na masão, além de duas pistolas calibre 38. Ele pagou fiança de R$ 200 e respondeu em liberdade, afirmando que pretendia processar a polícia pelo fato de 42 policiais terem invadido sua casa.

Processado pela princesa de Mônaco

Em 1977, Chiquinho Scarpa precisou comparecer diante de um juiz da Vara Criminal para pedir desculpas publicamente após ter feito afirmações sobre a vida íntima da então princesa Caroline, de Mônaco. Ele foi processado por injúria, calúnia e difamação por conta de detalhes a respeito de um suposto envolvimento entre os dois.

‘Enterro’ de Bentley

Bentley de Chiquinho Scarpa durante simulação de enterro que, na verdade, era campanha para doação de órgãos, em 2013 Foto: Robson Fernandjes/Estadão

Em 2013, Chiquinho Scarpa anunciou à imprensa que faria uma cerimônia para enterrar seu carro de luxo da marca Bentley no quintal de sua casa, inspirado em antigos faraós egípcios que enterravam suas riquezas. A declaração rendeu diversas críticas e reportagens. Posteriormente, foi revelado que se tratava de uma campanha para incentivar a doação de órgãos.

“Absurdo é enterrar algo muito mais valioso do que um Bentley: seus órgãos”, dizia o slogan. Scarpa justificou aos jornalistas: “Eu não sou louco: eu não vou enterrar minha Bentley. Eu fiz tudo isso para conscientizar as pessoas de um problema grave, que é a doação de órgãos no Brasil”.

Chiquinho Scarpa durante simulação de enterro de seu Bentley em setembro de 2013 Foto: Robson Fernandjes/Estadão
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