Christina Ricci publicou um texto em seu Instagram criticando a postura de pessoas que prestam solidariedade a acusados de abuso sexual.
Apesar de não citar nomes diretamente, a publicação da atriz americana foi feita pouco depois de terem vindo à tona cartas de Ashton Kutcher e Mila Kunis em apoio ao colega Danny Masterson, condenado a 30 anos de prisão por estupros cometidos no início dos anos 2000.
Em sua mensagem, a atriz destaca que “às vezes, pessoas que nós amamos e admiramos fazem coisas horríveis”, “caras maravilhosos podem ser predadores” e destacou que desacreditar vítimas de abuso “é crime”.
“Eu também tive experiência pessoal com isso. Acredite nas vítimas. Não é fácil tomar a frente. Não é fácil conseguir uma condenação”, continua Ricci.
No sábado, 9, Ashton e Mila publicaram um pedido de desculpas por conta das cartas.
“Estamos cientes da dor que foi causada pelas cartas que escrevemos em apoio a Danny Masterson”, diz Ashton, ressaltando que o material foi escrito a pedido da família de Masterson, e baseada na “pessoa que conhecemos ao longo de 25 anos”.
“Nós apoiamos as vítimas. Nós temos feito isso historicamente ao longo de nossas carreiras e vamos continuar fazendo no futuro”, continuou Mila, que afirmou que as cartas não tinham a pretensão de questionar o julgamento ou traumatizar alguém.
Leia a íntegra da postagem feita por Cristina Ricci:
“Às vezes, pessoas que nós amamos e admiramos fazem coisas horríveis. Eles podem não fazer essas coisas conosco, e nós só sabemos quem eles são conosco, mas isso não significa que eles não tenham feito coisas horríveis, e desacreditar a pessoa abusada é crime.
Pessoas que nós conhecemos como ‘caras maravilhosos’ podem ser predadores e abusadores. É difícil de aceitar, mas precisamos. Se dissermos que apoiamos as vítimas - mulheres, crianças, homens, garotos - então nós temos de estar aptos a tomar esse lugar.
Infelizmente, eu conheci um monte de ‘caras maravilhosos’ que eram amáveis comigo e que foram provados como sendo abusadores em privado.
Eu também tive experiência pessoal com isso.
Acredite nas vítimas. Não é fácil tomar a frente. Não é fácil conseguir uma condenação”
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