A modelo Bella Hadid está no centro de uma controvérsia após ser retirada da campanha do tênis Adidas SL72. A decisão da Adidas foi motivada pela reação negativa de grupos pró-Israel que se opuseram às imagens da campanha, já que Bella nunca escondeu seu apoio aos direitos palestinos.
Filha de um magnata palestino e de uma modelo holandesa, as opiniões da modelo tornaram ainda mais sensíveis após os ataques de 7 de outubro de 2023, que desencadearam a atual guerra em Gaza. A decisão da Adidas de retirar a campanha, que tinha Bella Hadid como rosto principal, foi vista por muitos como uma reação às suas opiniões políticas.
Contexto Histórico e a Campanha da Adidas
A campanha em questão promovia o Adidas SL72, uma réplica do calçado usado pelos atletas durante as Olimpíadas de Munique de 1972.
A marca interrompeu a campanha, alegando a sensibilidade dos eventos trágicos ocorridos durante essas Olimpíadas. Em 1972, a organização palestina ‘Setembro Negro’ invadiu a Vila Olímpica, resultando no assassinato de dois atletas israelenses e no sequestro de outros nove.
Após negociações fracassadas e uma tentativa caótica de resgate, os nove reféns restantes e um policial alemão também foram mortos.
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Posicionamento da Adidas
Na semana passada, a Adidas emitiu um pedido público de desculpas através da conta da Adidas Originals no Instagram. Na declaração, a empresa reconheceu as conexões não intencionais com a tragédia de Munique e pediu desculpas tanto ao público quanto aos colaboradores da campanha, incluindo Bella Hadid.
“Continuam sendo feitas conexões com a terrível tragédia que ocorreu nas Olimpíadas de Munique devido à nossa recente campanha SL72. Essas conexões não são intencionais e pedimos desculpas por qualquer transtorno ou sofrimento causado às comunidades ao redor do mundo. Cometemos um erro involuntário. Também pedimos desculpas aos nossos parceiros, Bella Hadid, A$ap Nast, Jules Koundé e outros, por qualquer impacto negativo sobre eles e estamos revisando a campanha.”
A polêmica em torno da campanha da Adidas e Bella Hadid revela as complexidades na intersecção entre moda, política e memória histórica. Enquanto a Adidas tenta gerenciar as consequências da campanha, Bella Hadid permanece firme em seu apoio aos direitos palestinos, utilizando sua plataforma para criticar a marca por sua resposta ao incidente.
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