A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que prevê o fim da escala 6x1 (seis dias de trabalho e um de descanso) vem provocando debates não apenas em Brasília, mas entre a população brasileira. Famosos como Gil do Vigor, Luana Piovani e Léo Picon já se posicionaram a favor ou contra à proposta.
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Nesta terça-feira, 12, a PEC atingiu o quórum de assinaturas necessário para tramitar na Câmara dos Deputados. O projeto é de autoria da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), que formalizou uma iniciativa do Movimento Vida Além do Trabalho (VAT), do vereador eleito carioca Rick Azevedo (PSOL). Saiba o que acontece a partir de agora aqui.
O texto da PEC pretende reduzir a jornada de trabalho das atuais 44 horas semanais para 36 horas semanais, com limite de oito horas diárias, o que, na prática, criaria a escala de trabalho de 4x3 no Brasil. A jornada de 44 horas de trabalho por semana foi instituída em 1943 na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) e referendada na Constituição de 1988. Veja perguntas e respostas sobre o tema aqui.
Gil do Vigor - a favor
O economista contou que já chegou a trabalhar como vendedor em shopping. À época, ele contava com uma folga na semana e uma em um domingo por mês. “Era muito cansativo. Era um desgaste emocional e psicológico muito grande. A única coisa que eu queria era sair daquele emprego”, disse.
Gil defendeu que o fim da escala 6x1 não prejudicaria a economia, já que diminuiria o desgaste dos trabalhadores e a rotatividade das empresas. “Existe uma curva na economia que fala sobre trabalho e lazer. Todo mundo precisa de lazer para ter produtividade. Se você corta do trabalhador o direito dele de descansar, de ter lazer, de respirar, de recarregar suas energias, ele não vai conseguir trabalhar na máxima potência que ele tem”, afirmou.
Luana Piovani - a favor
A atriz chamou o modelo de escala 6x1 de “injusto” e defendeu que “todo mundo tem que ter um pouco mais de dignidade”. “O Brasil não é um País que dá oportunidades, a educação no Brasil está cada vez mais falha. Infelizmente, não estamos conseguindo resolver os nossos problemas”, disse.
Carlinhos Maia - a favor
O influenciador publicou um vídeo em stories no Instagram afirmando que “sempre achou um absurdo” o modelo de trabalho 6x1 e pediu para que seus seguidores pesquisem mais sobre a PEC. “Hoje eu tenho mais de 120 pessoas que trabalham comigo, diretos ou indiretos. Uma das coisas que eu mais dou é folga, porque a galera vem trabalhar feliz. [...] O povo vem trabalhar querendo trabalhar, sente falta. Mas tem gente que quer escravizar a galera”, disse.
MC Binn - a favor
O funkeiro, que já chegou a trabalhar como vendedor na Rua 25 de Março, em São Paulo, contou sobre o período em que saía às 6h da manhã de casa e voltava meia-noite em uma publicação no X. “Dia de folga só servia para dormir. Sei na pele como é”, disse.
Ele mandou um recado para os que se posicionaram contra a PEC: “Deviam trabalhar sábado e domingo, recebendo salário mínimo e tendo que levar almoço de casa”. “Tem que protestar mesmo. Tem que lutar mesmo pelos direitos. O povo está certo”, escreveu.
Valesca Popozuda - a favor
A cantora, que já chegou a trabalhar como frentista, fez uma série de publicações no X pedindo pelo fim da escala 6x1. “É uma escala que prejudica qualquer ser humano a ter uma vida com qualidade e saúde mental, de se dedicar a uma faculdade ou curso extra, de viver momentos de lazer com a família e amigos”, escreveu em uma delas.
Jade Picon - a favor
A influenciadora gravou um vídeo nos stories do Instagram afirmando que não havia se posicionado sobre o assunto por julgar não ser seu “lugar de fala”. Ela, porém, se disse a favor da mudança. “Eu acho, sim, que as pessoas têm que reivindicar uma vida mais digna, lazer, saúde mental. [...] Estou aqui para mostrar o meu apoio, porque é o mínimo que eu posso fazer”, disse.
Léo Picon - contra
O influenciador publicou um longo texto no X chamando a PEC de “cortina de fumaça” e escreveu que a mudança geraria “redução de salários, informalização do mercado de trabalho ou redução de atendimento aos clientes”. “Eu não sou adepto da escala 6x1 em nenhum dos meus negócios nem sou herdeiro ou possuo grande fortuna. Para deixar claro. [...] O que sufoca o trabalhador é sustentar o segundo Congresso mais caro do mundo. Isso dá dinheiro e influência para eles fazerem vocês acreditarem no que eles falam”, disse.
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